A expecta va de vida de Charlo e nha novamente sido ultrapassada. Seis
vezes o que o diagnós co previra. Seis meses já haviam se passado.
Eram oito horas de mais uma manhã promissora para o trabalho e
Bernadete acabara de receber, pelas mãos de uma cliente, o livro que a faria
seguir para Belo Horizonte no dia seguinte: Yoga para Excepcionais , de Sônia
Sumar.
Quando José chegou para o almoço, o livro já havia sido devorado e a
decisão tomada: "Em Belo Horizonte existe uma instrutora de yoga que tem uma
filha com síndrome de Down e a menina está ó ma. Eu vou pra lá com a Charlo e
aprender o que ela faz".
- Eu vou também.
- Quando?
- No próximo mês?
- Não, amanhã.
No dia seguinte, na capital mineira, os três fizeram o curso de yoga para
excepcionais. Bernadete já era instrutora dessa a vidade há mais de dez anos e,
por isso, conhecia muito do que estava sendo falado. Ana Carolina, filha da
professora, observava tudo. Estava sentada, está ca. Não conversava. Não
respondia. Com nove anos, a menina não era exatamente como Bernadete
esperava encontrá-la. Negou-se a ver naquela criança o futuro de sua filha.
"Sonhava mais para a Charlo e. Não queria que ela fosse gorda e sem expressão
facial, mas que risse, chorasse, movendo a musculatura do rosto."
De volta a Brusque a polêmica con nuou. Novas entrevistas à rádio.
No cias nos jornais. A casa de Bernadete nha se transformado num verdadeiro