enquanto o pai saía para trabalhar de carro. Por que nha que enfrentar a
compe va fila de merenda, ficando muitas vezes até sem comer por não saber
pedir. Por que os professores não a conduziam até a sala de aula, não a ajudavam
a lavar as mãos, não recolhiam seus livros?
Do lado de fora a mãe chorava. Tudo era muito gigante para sua menininha.
Logo nas primeiras semanas, a convite da diretoria do colégio, Bernadete foi
ministrar uma palestra sobre síndrome de Down para pais e professores. Disse
tudo o que sabia do assunto, numa luta urgente para afastar qualquer po de
preconceito. Para as crianças, não foram necessárias as explicações.
Charlo e se adaptou muito bem ao ritmo da nova escola, graças ao apoio
dos professores e das muitas amizades que fez. O aprendizado foi lento. Enquanto
quarenta alunos liam duas páginas do livro, ela conseguia terminar apenas dois
parágrafos.
A idade para se alfabe zar uma criança com síndrome de Down depende
muito do meio onde foi criada, dos es mulos e do atendimento adequado
recebidos. Qualquer método pode ser eficiente desde que as dificuldades
específicas de cada aluno sejam respeitadas. Charlo e aprendeu a ler, escrever,
desenhar. Acompanhou as aulas como os demais. Odiava matemá ca. Como
todos.
casulo21 produções
(Casulo21 Produções)
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