CHARLOTTE

Há dois meses Charloe voltou a morar em Brusque e deixou seu agora
marido Guilherme com a família em Campo Bom, Rio Grande do Sul, onde viveu
por um ano e quatro meses, após o casamento. Sem pudores sociais e explicações
profundas, ela simplesmente diz: “Eu vim ficar um pouco aqui, agora quero que
ele venha, pra morar em Brusque”.
Este momento, aliás, é o mais memorável da vida da jovem sonhadora
Charloe. Ela fala sobre ele com tanta emoção e orgulho que consegue revivê-lo
pelo brilho que surge nos olhos: “Era meu sonho, e foi tudo lindo, como eu
queria”. Percebo que isso já basta para responder à pergunta que muita gente
deve ter feito quando soube do casamento de dois portadores de síndrome de
Down.