Linhas e Tramas

(Casulo21 Produções) #1

A finalização deste conto, em contraste com a comicidade e ironia expostas
até então, tem um tom poético e reflexivo, indicando valores nos quais acredito e
gosto de difundir. Também me identifico com o personagem da trama e por isso me
vi contando sua história. O alfaiate representa o ser diferente, julgado e usado
conforme as conveniências das pessoas e, ainda assim, leva a vida com alegria e
disposição, do seu jeito. Ele é o artista que se reinventa e vê beleza em tudo.


Essa história é um conto popular chamado “O alfaiate desatento”,
assim como as outras histórias que eu narrei pra vocês: “Fátima, a fiandeira”,
“O brocado maravilhoso” e “O casaco de retalhos”. Estas histórias são
contadas há centenas de anos, e se elas continuam vivas até os dias de hoje é
porque há disposição. Disposição da língua para contar e dos ouvidos para
escutar!


Um texto bem curto para finalizar com os créditos e contextualização da
origem dos contos narrados no espetáculo. Neste momento estou de pé, atrás da
mesa, e coloco uma agulha de tricô no cós do panô de feltro. As frases finais dão o
toque de encerramento e funcionam como um “nó” que prende plateia e contadora,
quem escuta e quem conta.
Após a fala, mostro o panô que contém uma imagem-símbolo de cada
história narrada e foi construído ao longo da apresentação. O silêncio é
acompanhado por um sorriso que, para mim, tem sabor de gratidão por ter podido,
naquele instante e lugar, com aquelas pessoas, realizar o ofício milenar de narrar
histórias.

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