ALAGOAS DE VOLTA ÀS TELONAS
“Eu sou da terra onde há lago-
as e não há quem não morra de
amores pelo meu lugar.” Na sin-
tonia dos versos regionalistas do
ilustre cantor e compositor ala-
goano Eliezer Setton, o cineasta
Cacá Diegues retornou às terras
de Alagoas para gravar o deriva-
do de Quando Deus É Brasileiro,
um dos maiores clássicos do
cinema nacional.
Lançado em 2003, o longa -
adaptado do conto O Santo que
Não Acreditava em Deus, de João
Ubaldo - apresentou uma refle-
xão sobre a religiosidade do país
com pautas sensíveis, como o lu-
to e a esperança, misturadas com
o humor de alto nível do Todo
Poderoso de Antônio Fagundes
e o mero mortal Taoca de
Wagner Moura.
Apesar de ter se mudado para o
Rio de Janeiro ainda criança,
Cacá nunca deixou de lado sua
raiz nordestina. Maceioense de
carteirinha, boa parte de suas
produções tem os toques carac-
terísticos do nordeste e isso fica
ainda mais claro em Quando
Deus É Brasileiro, que teve lo-
cações em Alagoas, Pernambuco
e Tocantins.
Por problemas enfrentados ao
longo dos anos, o cineasta nun-
ca conseguiu realizar o sonho de
rodar um filme inteiramente em
seu estado natal. Agora, aos 82
anos, o diretor superou as resis-
tências e a nova produção inti-
tulada de Deus Ainda É
Brasileiro - que funciona como
uma espécie de spin off - foi
inteiramente gravada nas belezas
de Alagoas.
“É um filme alagoano por
excelência. Eu faço cinema há
62 anos e sempre pensei em
fazer alguma coisa totalmente
em Alagoas. Mas nunca conse-
gui, porque passei por muitas
dificuldades. E, desta vez, não!
Desta vez, é um filme que
estou fazendo de cabo a rabo
aqui em Alagoas”, comemorou.
A motivação por trás do
derivado e da volta de Cacá para
trás das câmeras - que estava
parado desde o lançamento de
O Grande Circo Místico (2018)
ENTREVISTA DE CACÁ DIEGUES. Foto: Prefeitura de Piranhas
LUZ, CÂMERA, AÇÃO. Foto: Prefeitura de Piranhas
Jardim de Édem nacional
O Brasil e a resistência