a bandeja abriu a seringa, partiu uma cápsula delicadamente, apertou
soltando gotas na ponta da agulha. -O que é isso?
-Uma agulha.
-A medicina evoluiu muito até a transplante de cérebro, ainda precisam disso,
de uma agulha, a sério?
-Calado... no seu caso não sei se transplante daria certo. -Ele sorri. -
Eu...preciso ir.
-Fique mais um pouco. -Falou enquanto ela injetava em seu braço .-Seria
bom ele andar pelos corredores.
-Quando receberei alta?. -Retrucou
-Você ainda esta no controle do Neurocirurgião.
Talvez será bom, esse quarto parece me sufocar a cada segundo. -Vamos?
O barulho das rodas vem até nós, eu olho para a cadeira de rodas ele fecha
os olhos. -Vamos lá Ragnar, você nunca aceita andar pelo hospital.
-Para o quê enfermeira!. -Falou revirando o olhar. -Para notar que não sou o
único, para mim não sentir pena de mim, para que tenham compaixão de
mim, para atenuar a processos de terapia?
-Não é...-Tire isso de perto de mim, tenho tumor não depressão, dá pra ir
motivar outra pessoa?
-Murray!. -Falei sentando no canto da cama, tentando não parecer tremula
demais. -Olhe para mim.
-Não me apetece.
-Olhe. -Sussurrei de forma tão lenta que escutei os batimentos do meu
coração. -Eu adoraria caminhar com o meu namorado pelos corredores, sei
lá, talvez ele me conte coisas boas.
-Eu não estarei caminhando!. -Uma lágrima cai de meus olhos eu limpo
rapidamente. -Não importa!. -Falo pousando a mão na sua. -Nada disso
importa para mim, nada disso, eu só quero você, podemos superar. -Falo
apertando levemente a sua mão olho nos lados, aponto com o olhar ela
assente. -Você está certo.
Ele abre os olhos, ficam de um azul escuro. -Não queremos uma cadeira de
rodas.
-Do que você está falando.