PORSUSAN GOLDBERGO QUE ACONTECERÁ
AO PLANETA?
DIA DA TERRA 2070
ondasdecalormais letais, tempestades
maisviolentase muito mais. Elizabeth
nãoencontraevidências de que essas e
outrasameaçassejam abordadas com
rapidezsuficiente para impedir uma
sobrecargafatalsobre o homem e o
mundonatural.
É impossívelsaber quem está certo. As
reportagensdestaedição reflectem reali-
dadesdivergentes.Quando leio notícias
sobrea participação de muitos jovens no
movimentoambiental, sinto-me ani-
mada.Depois,vejoas fotografias de Pete
Mullerqueretratam paisagens com cica-
trizesquenuncavoltaremos a recuperar.
ÀNationalGeographic compete fornecer
umamoldurafactual sobre o que está a
acontecer,o quejá mudou para sempre e
o quepodemossalvar. Com informação,
podemosfazera diferença.
Obrigadoporler a revista National
Geographic. jO DITADO É TÃO CONHECIDO que a
maioria de nós consegue terminar a
frase. Quem não recorda o passado...
está condenado a repeti-lo.
É um lembrete adequado este mês,
enquanto comemoramos o 50.º aniver-
sário do Dia da Terra. Para a ocasião,
criámos a primeira edição “reversível”
da National Geographic (essencialmente
duas revistas numa só) para revisitar
os marcos ambientais do último meio
século e olhar para o mundo que os nos-
sos descendentes habitarão em 2070, no
100.º aniversário do Dia da Terra.
Há dois cenários possíveis.
Numa das primeiras páginas da
revista, mostramos-lhe a Terra ver-
dejante. É a visão optimista de Emma
Marris, que vê um mundo em mudança,
no qual não se podem desfazer alguns
danos já causados, mas um mundo em
que as tecnologias serão aproveitadas
para “alimentar uma população maior,
fornecer energia a todos, começar a
inverter as alterações climáticas e evitar
a maior parte das extinções”, escreve
a jornalista. “O desejo de acção por
parte do público está a manifestar-se
nas ruas. Tal como em 1970, estão nova-
mente em jogo mudanças de atitude
importantes. Acredito que iremos criar
um bom 2070.”
De seguida, vire a revista e encon-
trará uma imagem da Terra mais acas-
tanhada. Elizabeth Kolbert analisa o
fenómeno conhecido como “cheias
nos dias de sol”, quando a maré alta
inunda cidades costeiras e torna ina-
bitáveis a maioria dos atóis. Este é o
mundo de secas mais prolongadas,ABRIL | EDITORIAL