na formação do significado da obra de arte. Sendo assim, toda pessoa que tem uma relação
com a arte, seja ela plástica ou cênica passa pelo filtro da experiência que através da memória,
pode tornar aquele momento uma experiência significativa.
“Em contraste com a experiência do cotidiano, John Dewey apresenta o que ele
chama de uma experiência , situação na qual há um começo, meio e fim e em que
ela pode adquirir um sentido marcante para o indivíduo, tornando-se uma
experiência significativa.” (CARNEIRO, 2013. pg 61)A partir do relatado acima de CARNEIRO (2013) podemos compreender que DEWEY
(2010) também nomeia o que vamos chamar de experiência significativa, quando ela toma
um sentido marcante para a criatura viva. Assim, mesmo que toda interação seja experiência
é essencial entender que temos aquela que é significativa e torna as interações entre a pessoa
e o mundo, realmente marcante.
Ao compreender esse processo da experiência, meu principal intuito é perceber como
o que eles viveram antes da oficina de teatro, contribui ou não para a formação de uma
experiência significativa. O fazer teatral está sujeito a muitas interpretações, mas junto às
experiências cotidianas pode reverberar algo não só significativo, mas que auxiliará os
estudantes em sua formação social.
A experiência começa bem antes da chegada na escola, nenhum estudante está vazio
e pronto para ser preenchido, ao contrário disso, cada estudante viveu e vive muitas coisas.
No decorrer deste artigo, será perceptível como as experiências de cada um, interferem no
comportamento, percepção do mundo escolar e reverberam na prática teatral.
A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Senador Adalberto Sena foi a
receptora deste projeto de 2017 até 2020 em Rio Branco, Acre. Foram feitas oficinas teatrais
durante a tarde que duravam em torno de 2 horas com estudantes de 8° e 9° ano, entre 15 e
17 anos. As oficinas não eram obrigatórias e os estudantes faziam de acordo com suas
disponibilidades.
Iniciada as oficinas, a primeira fase era conversar com os estudantes sobre o que eles
entendiam por teatro. Ao conversar com eles sobre o que é o teatro, muitos o colocavam na
caixinha do “ser o que eu quiser” , dando a entender que o teatro era um local de total
liberdade dos desejos e sonhos de cada um.