LIVRO DIGITAL ENCONTRO SHAKESPEARE 2.1 - 2023

(Shakespeare 2.1EU1AMn) #1

UMA EXPERIÊNCIA DE JOGO TEATRAL COM ENÉAS E HAMLET:


INVESTIGANDO O MACHISMO ESTRUTURAL


Eduardo Bodstein^1

Resumo: Este estudo fala sobre a percepção do autor como ator e de sua
experiência na interpretação dos personagens Hamlet e Enéas. Atento para as
questões do machismo estrutural no Brasil o autor identifica aparição de rastros
machistas nas personagens presentes em obras de William Shakespeare e
Chistopher Marlowe, buscando diálogo com sua experiência vivida na infância e na
adolescência nos anos 60 e 70, com base nos estudos de Hintze, Ilari e Tibiriçá, entre
outros.


Palavras-chave: Machismo estrutural; C. Marlowe; W. Shakespeare; Hamlet; Enéas.


Introdução


“Ideias e práticas machistas” são o topo do iceberg do que chamamos
“Machismo estrutural”, que é a forma pela qual a construção, a
organização, a disposição e a ordem dos elementos do corpo social dão
sustentação à dominação patriarcal. (HINTZE, 2020).

O machismo estrutural causa danos irreparáveis na sociedade. Opto por relatar
minhas experiências pessoais, como ator e como observador das presenças
femininas do meu círculo de relações na infância e adolescência, destacando o fato
de estar inserido nos “moldes” das presenças masculinas, que traziam com
veemência traços machistas na sua estrutura (conceito este, identificado pela ótica
contemporânea). Escolho esses elementos como ferramentas de uma observação
ativa. Podemos pensar que pelo processo de herança cultural desenvolve-se a força
do pensamento machista, que atravessa gerações.


1


Graduando Licenciatura plena em Artes Cênicas – Universidade Federal da Bahia – UFBA, Polo
Alagoinhas, Brasil.

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