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O que a IA nunca será capaz de reproduzir

Em Bragança, município da cidade de Vila de Izeda, Portugal, foi realizada

em junho deste ano a sexta edição do SM’Arte, um festival de Street Art que

produziu a primeira obra de arte urbana por inteligência artificial. Para criar

o painel, diversos estudantes da escola local responderam a pergunta: “Como

será Bragança no futuro?”.

A partir das respostas, o “Projeto Ruído”, que junta uma dupla de portu-

gueses marcados pela arte urbana, adicionaram as ideias mais criativas para

gerar imagens no computador e concretizá-las na rua. Com essa proposta, é

possível acompanhar o desenvolvimento da Inteligência Artificial chegando

na Arte Urbana e aflorando a dúvida se essa tecnologia é mesmo capaz de

criar uma obra de arte.

O grafiteiro, publicitário, designer e criador da “Véio Art”, Thiago Teas, co-

nhecido pelos murais espalhados pelo Recife, explicou sobre a principal dife-

rença que distingue um conteúdo feito por IA e uma arte humana por quem

vive a rua. “Não é por acaso que os grafiteiros e grafiteiras são chamados de

artistas de rua. Por que deveriam simplesmente ser chamados de artistas, né?

Mas é justamente por causa de toda essa vivência, por todo esse preconceito

que a gente luta contra isso todos os dias, é sobre essa aceitação. A arte ur-

bana é uma sobrevivente no meio da arte. Então, jamais, seja estético ou em

vivência, a inteligência artificial vai se comparar aos artistas urbanos”.

Ilustrações: Amanda Marques