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asta entrar no vagão do metrô, ou em

qualquer ônibus que passe pelo centro

do Recife. Não demora muito, e já co-

meçamos a ouvir os ambulantes anunciarem

a plenos pulmões um produto de procedência

duvidosa e com um preço abaixo do merca-

do: “Ó o fone de ouvido, é 10 reais...Pomada

massageadora é só 15”. A variedade é imensa,

e a gritaria se mistura ao som do ambiente, do

apertado, dos trabalhadores estressados, num

singular burburinho.

Desculpe atrapalhar o silêncio

de sua viagem

Texto:

Fernanda Soares

Não raro, usam um mote para começar a

longa explanação sobre o produto que ofe-

recem: “Desculpem atrapalhar o silêncio da

sua viagem”. É como assistir a uma guerra

barulhenta entre quem consegue vender

mais. Mas, os coletivos também acolhem

outro tipo de som, que também quer ser

ouvido, só que com musicalidade.

“Quando ligo a caixinha de som, começo

a rimar, brinco com um, elogio o outro, as