Na ocasião, o brasileiro falou
que a música foi a única arma
que ele conseguiu usar para
lutar contra uma realidade com
a qual ele não concorda.
A música educa, informa e faz
refletir. Durante os duelos de
rima, muitas referências socio-
culturais e históricas são despe-
jadas nas rodas. Fara afirma que,
pelo teor político progressista, “é
muito difícil ver uma ideia ’tor-
ta’. Sempre tem referência polí-
tica, então os moleques muitas
vezes não estão nem aí pro que
está acontecendo na escola por
falta de compreensão ideológica
do que é o processo de educação
no Brasil, chega na batalha, pega
uma referência sobre quem é
Malcolm X ou Martin Luther
King, por exemplo, isso são coi-
sas que não tem preço e a gente
não consegue dimensionar, né?”.
Ainda segundo Fara, esses es-
paços também são para promo-
ver uma “caminhada correta”,
pois não são toleradas práticas
machistas, homofóbicas, trans-
fóbicas, capacitistas ou gordofó-
bicas, por exemplo. “Tudo isso
faz parte do que o movimento
hip hop representa”. O MC diz
ainda que acredita haver espaço
para mais batalhas de rima na
RMR. “Tem uma juventude
ansiando por isso, e a gente não
pode deixar que isso aconteça
só em detrimento de favorecer
as grandes empresas. A gente
quer a cultura e a resistência em
primeiro lugar”. b