BECO

(Leonam Victor) #1

Dados do Ministério da
Economia revelaram que, em
2022, a economia da cultu-
ra e das indústrias criativas
(ECIC) gerou mais de 308
mil novos postos de trabalho
em comparação com o ano
anterior, o que quer dizer 7%
de todos os trabalhadores
da economia do Brasil. Em
2020, o setor foi responsável
por movimentar R$ 230,14
bilhões do Produto Interno
Bruto (PIB).


Apesar disso, ainda não há
tanto investimento em artis-
tas urbanos, que trabalham
mais de forma independente,
na informalidade, e ainda
sendo alvo de preconceitos.
É contraditório que um país
tão rico culturalmente não
valorize o tesouro nacio-
nal que possui com essas
pessoas e não o enxergue o
seu potencial econômico e
educativo.


Ao invés disso, algumas
formas de arte urbana são
usadas apenas como estraté-
gia política para definir quais
formas de expressões são
permitidas e quais não são
aceitáveis. Este é o caso do
grafite, que em muitos luga-
res, são encomendados por
chefes políticos como forma
de combater a propagação da
pichação, que é mal-vista por
ser entendida como trans-
gressora e subversiva, por
evocar uma contracultura


e por, muitas vezes, degra-
dar espaços de propriedade
privada.

No entanto, o poder das ar-
tes urbanas vai muito além.
As experiências e movimen-
tos artísticos oriundos das
cenas “underground” – ou
seja, ambientes de expressões
culturais que não estão nas
grandes mídias ou ampla-
mente difundidas – podem
ensinar jovens de todas as
classes sociais lições sobre
noções de pertencimento,
relações interpessoais, visões
plurais, vivências nas cidades
e sobre as diversas formas de
manifestações culturais que
podem surgir de um povo.

Ainda é válido reconhe-
cer que a aproximação dos
jovens, especialmente peri-
féricos, das artes é, compro-
vadamente, uma maneira
de os afastar da criminali-
dade, além de ressocializar
infratores. O breakdance,
as apresentações de rap, a
grafitagem, os teatros de
rua, dentre tantas outras
expressões culturais urbanas,
podem ser os dispositivos
necessários para aguçar a
criatividade da população
e ainda fomentar o turismo
em regiões que os estimu-
lam.

Ao contrário da cultura de
massa, a arte de rua é única.
Inspirados pelas cidades que

Este é desvalovizado


porque vem da periferia

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