BECO

lado e outro de um quartei-

rão, tal qual uma passarela.

Oficialmente batizada como

Travessa Capitão Fagundes,

seu nome mais popular é

“Beco do Cornélio”, um

apelido que ganhou na dé-

cada de 30. Ao contrário do

que se pode imaginar com

trocadilhos relacionados ao

nome, este é, na verdade,

uma referência ao primeiro

comerciante que se instalou

no local: o vendedor de fer-

ragens e armamentos Corné-

lio Pereira da Silva, fundador

da Palmeira Móveis. Esta

loja, tida como uma das

mais tradicionais da região,

ainda existe, mas com um

novo nome e localidade sob

a administração do neto de

Cornélio.

Após a chegada do comer-

ciante, a ideia de uma nova

área de comércio se expan-

diu, afinal, era um trecho

muito popular para o trân-

sito de pessoas e automóveis

por lá. No entanto, não era

uma área muito convidativa.

Era suja, tinha mal-cheiro e

não passava segurança. Não

oferecia iluminação, calça-

mento adequado ou outro

conforto, principalmente por

um enorme paredão usado

como mictório durante as

madrugadas e festividades

da cidade. Devido a isso, a

rua também ficou conhecida

como “o Beco do Mijo”.

Em meados de 2020, a

Prefeitura da Vitória de

Santo Antão anunciou a

revitalização da Travessa

Capitão Fagundes. Durante

a realização do projeto, que

foi entregue com atraso em

2022, a rua foi se colorindo e

se enchendo de luz. Ganhou

calçamento novo, postes de

iluminação, bancos, lixeiras

e plantas, além de ter sido

fechada para veículos, sendo

permitido apenas pedestres.

Mas, o que realmente deu

vida ao Beco do Cornélio

foi a pintura realizada no

paredão disfuncional. Um

mural de aproximadamen-

te 10 metros de extensão

ganhou cores pelas mãos de

artistas locais, e o que antes

era motivo para desconforto,

hoje, é uma atração, servin-

do como convite ao público

para conhecer a área.

A mudança de visual pro-

vocada pela arte e pela

reestruturação da via teve

repercussão positiva entre os

moradores da região e, prin-

cipalmente, para os comer-

ciantes, que ficaram muito

mais satisfeitos com o local.

O aumento do fluxo de pes-

soas foi motivo para muitos

donos engajarem seus negó-

cios, também promovendo

uma repaginada na fachada

de seus estabelecimentos. b

perfil

Fotos:

Lawanne Arruda