Valor Econômico (2020-04-07)

(Antfer) #1

JornalValor--- Página 5 da edição"07/04/20201a CADA" ---- Impressa por ccassianoàs 06/04/2020@21:18:4 5


Terça-feira, 7 de abrilde 2020| Valor|A

Brasil


IMPACTOSDO


CORONAVÍRUS


RelaçõesexternasAtritocomPequimocorrequando


exportaçõesesaldosãomaisdependentesdopaísasiático


Comércio com China


responde por quase


80% do superávit


Castro, da AEB:polêmica comministro podefazer comque exportador perca aindamaisque o esperado em preços

LEO PINHEIRO/VALOR

Marta Watanabe
De São Paulo

As repercussõesdas declara-
çõesdo ministroda Educação,
Abraham Weintraub, em relação
à covid-19e àChinavêm num
momento em que asexportações
eosuperávitcomercialbrasileiro
tornam-se maisdependentes do
paísasiático.
De janeiro a marçodeste ano o
superávit do comércio bilateral
comaChina,maiordestinodasex-
portações brasileiras, atingiu
US$ 4,33 bilhões, bemacima dos
US$ 2,96 bilhões de igualperíodo
de 2019. Já o comérciobilateral
comos Estados Unidos,segundo
parceirocomercialdoBrasil,resul-
tou em déficit de US$2,73 bilhões
noprimeirotrimestredesteano.
Osuperávitcom aChinadeja-
neiroamarçode2020perdenasé-
rie histórica do comérciobilateral
do período somente parao saldo
positivo de US$ 5,53 bilhões obti-
dodejaneiroamarçode2017.Na-
quele ano,porém, o saldo com os
chinesesequivalia a38,4%do su-
perávit total da balança brasileira.
Este ano, oresultadopositivo do
primeirotrimestre comaChina
equivalea77,9%dosuperávittotal,
segundo dados da Secretaria de
Comércio Exterior (Secex/ME),li-
gadaaoMinistériodaEconomia.
As exportações paraaChina
atingiram28,6%dototaldaexpor-

taçãobrasileiradejaneiroamarço,
recorde da sériehistórica parao
período. No ano passado a fatia foi
de 25,8%. O avanço chinês aconte-
ce porque enquanto a exportação
brasileira caiu 3,2%no primeiro
trimestre,os embarquespara o
país asiático avançaram 7,4%. Ao
mesmotempo, as importações de
bens madein China caíram 3,9%
de janeiro a marçoenquanto as
importaçõestotaisbrasileirascres-
ceram4,31%, semprecontra igual
períododoanopassado.
José Augusto de Castro,presi-
denteda Associaçãode Comércio
Exterior do Brasil (AEB), pondera
que partedo aumento da fatia de
participação na China no superá-
vitenaexportaçãonoprimeirotri-
mestredo ano se deve à antecipa-
ção nos embarques de soja em ra-
zão da perspectiva de reduçãode
preços. De janeiro a março deste
ano os embarques de soja, segun-
do aSecex,somaram 17,9 milhões
de toneladas,contra15,8 milhões
emigualperíododoanopassado.
Dequalquerforma,dizCastro,o
que se espera éque o superávit co-
mercialdoBrasil encolhaemrela-
çãoa2019equeoresultadopositi-
vo comaChina torne-se maisim-
portante na formaçãodo saldo em
2020.Issodeveacontecerporquea
pautaexportadorado Brasil à Chi-
na é compostapor produtos me-
nos elásticos àdemanda,embora
impactosde reduçãode preçosse-
jam esperados. “E também por-
que, por questõesestruturais, o
Brasil não tem comosubstituir a
China como principal destino das
exportaçõesnocurtoprazo.”

Fonte:Secex/ME

Saldoscomerciais
Resultadosdo primeirotrimestre- em US milhões

China

-8.

-4.

0

4.

8.

12.

16.

28,7%
é a fatiada Chinana exportação
totalbrasileirade janeiroa
marçodesteano,a maior da
sériehistóricaparao período

25,8%
foi a participaçãodos
embarquesà Chinano total
brasileiroduranteo primeiro
trimestrede 2019

Total

1999 2005 2013 2016 2019

-16,

-71,

9.332,

-60,

-6.095,

-164,

14.402,

5.528,

5.562,

4.331,

Ao mesmo tempo, diz Welber
Barral, sócio da consultoria BarralM
Jorgeeex-secretáriodecomércioex-
terior, se esperareduçãodas impor-
tações brasileiras comoum todo es-
te ano,dado o efeito da covid-19na
demanda doméstica. Isso afetará as
importações de produtos vindosda
China,queforneceaoBrasilsobretu-
domanufaturados,usadoscomoin-
sumosoubensdeconsumo.
“Comacrisede demanda inter-
nacional intensificada pela covid-
19, a exportação brasileira está
maisdependenteda China”, diz
Castro.Nessesentido,dizele,asre-
centes declarações do ministro
Weintraub não ajudam. Isso, ava-
lia, podefazercom que oexporta-
dor de soja, por exemplo, perca
maisaindaem preços, o que afeta
o valor totalembarcado pelo Bra-
sil. “A crise cria umasituação em
que opaís precisa dançar confor-
me amúsica, eainda estamospi-
sandonopédadançarina.”
Mario Carvalho,economista da
FundaçãoCentro de Estudos do Co-
mércio Exterior (Funcex), acredita
queoepisódiocom oministrocriou
“tensionamento desnecessário”.
Atualmente, diz ele, há intensa ne-
gociaçãodepreçosentreexportado-
resbrasileiroseimportadoreschine-
sesprincipalmenteemrazãodades-
valorização cambial. O episódio,
avalia, prejudica oexportador brasi-
leiro, que tendea entrar já em des-
vantagemnanegociação.
Barral receia que “declarações
desastradas”tenhamefeito mais
amplo. “As relaçõespolíticas po-
dem afetar não somente o comér-
cio de curto prazo de soja, mas

também acertificação na China de
frigoríficos ou de produtores de
leite. Até mesmoinvestimentos
em infraestrutura podem sofrer
impactos.Foram as boas relações
entreChinaeBrasilnogoverno[de
Michel] Temer, por exemplo, que
contribuíram paramaior abertura
do mercadochinês paraascarnes
brasileiras”, dizBarral.
Nocurtoprazo,oquepodelimi-
tar impacto maior nas vendas bra-
sileirasde soja à Chinaé ofato de
que os fornecedores atuaisdo grão
são poucos: EUA,Brasil e Argenti-
na. Esse último, explica, com pro-
dução bemmenor. Aperspectiva
para asoja, lembra Barral, já era de
possível perdade exportação em
2020,emrazãodatréguanoconfli-

to comercial entre ChinaeEUA,o
que trariacomoconsequência es-
peradao aumentode exportações
de grãos americanos parao país
asiático.Apreocupaçãoemrelação
à segurançaalimentar divulgada
no fim de semanapela Chinatam-
bém faz sentido, dizele, mas certa-
mente essesefeitospoderãoserin-
tensificadosporquestõespolíticas.
Emlivedivulgadanofimdese-
mana,oministroWeintraubcau-
sou polêmicaao dizerque consi-
deraaltaaprobabilidadedeuma
novaepidemiasurgirnaChina,
durante os próximosdez anos,
porqueoschinesescomem“tudo
oqueosolilumina”.
Barralponderaque um ponto
positivo do governoBolsonaro

em relaçãoà Chinaé ofato de
que o Brasilnão impôsnenhuma
restrição à entrada da Huawei,
detentorade tecnologia5G, ape-
sar de pressões americanas. “O
problemaé que essa questãoda
Huawei éuma notíciacomme-
nos impactona opiniãopública
geraldo que umadeclaraçãodo
ministro da Educaçãoem live na
redesocial”,avaliaBarral.
“É precisoentenderque o Bra-
sil éuma economiaimportante
emâmbitointernacionaleporis-
sodeclaraçõesdesastradasdeau-
toridadesemembrosdogoverno
brasileiro têm pesomuitogran-
de na imagemdo país não so-
mentecom a China,mas com to-
doomundo”, dizoex-secretário.

Ministros tentam reverter mal-estar


CristianoZaiae Lu Aiko Otta
De Brasília

Dianteda sequência de críticas
ofensivasà Chinapor partedo go-
verno e seu entorno,coubeaos mi-
nistros Paulo Guedes (Economia) e
TerezaCristina(Agricultura)atare-
fa de tentarreverter o mal-estar
com Pequime evitarfuturas reta-
liaçõescomerciais, que não são
descartadasporfontesdogoverno.
NosministériosdaAgriculturae
da Economia declarações contrá-
rias àChina, comoaf eita nas redes
sociais do ministro da Educação,
AbrahamWeintraubnoúltimosá-
bado, edo deputadoEduardo Bol-
sonaro (PSL-SP), no dia 19, são
classificadas de “desastre”. Além
de sustentaremocomércio exte-
rior brasileiro num cenário de
queda generalizada, as exporta-
ções para a China são vistascomo
pontade lança para arecuperação
econômicadoBrasil.
Essesalertastêm sidofeitos
porTerezaCristinaeGuedes,mas
aministratem sidomaisvee-
mente,por seu contatocom ose-
tor de agronegóciosecom gru-
pos políticosque foramimpor-

tantesparaa eleiçãodo presi-
denteJair Bolsonaro. Ela chegou
a ligar para oembaixadorchinês
emBrasília,YangWanming,após
ofilho do presidente ter insulta-
do opaís asiático.Naocasião,se-
gundointerlocutores,a ministra
afirmouque Eduardonão tinha
cargono Executivoepor isso não
representava o governo.“Isso é
páginavirada”, disseela ao em-
baixador, que assumiupostono
fimde2018etemseirritadocom
declaraçõescontraseupaís.
Mesmo decorridas duassema-
nas, fontes do governo relatam
que,desdeentão,asrelaçõescoma
China“az edaram”.Porissooalerta
ligadodo governo eaatençãore-
dobrada dos doisministros, num
momento em que o setor exporta-
dor acreditava que a poeira havia
baixadonatensãocomaChina.
Aindaassim, técnicos estimam
ser possívelque, no primeiro qua-
drimestre do ano, as exportações
para aChina ultrapassemodobro
da somadas vendaspara os Esta-
dos Unidos e paraaArgentina. O
gigante asiático já éoprincipal
destinodascommoditiesagrícolas
brasileiras,porexemplo.

Os dados do primeiro trimestre
estão próximos disso. De janeiro a
março,asvendasacumuladaspara
a China somam US$ 14,2 bilhões,
enquanto as paraos EUA chega-
ram a US$ 5,2 bilhões, e as para a
Argentina,US$2,2bilhões.
Asvariaçõesdocomérciomos-
tramcrescimento da importân-
cia da Chinacomodestinopara
exportações. No primeiro tri-
mestre, as vendaspara lá aumen-
taram7,36%,enquantoparaos
EstadosUnidoshouve quedade
19,31%e, para aArgentina,recuo
de 6,89%.No total,as exporta-
ções brasileirassomamUS$ 49,
bilhões,quedade3,22%.
Só em março, quandomedidas
restritivas àatividade econômica
se generalizaram, as vendaspara a
Chinaavançaram 12,55%, antere-
cuo de 7,59% dos Estados Unidose
quedade3,15%paraaArgentina.
Aindanão há dados separados
por país para abril.Mas avendade
alimentossegue forte. Amédia
diáriade exportação de produtos
agropecuários cresceu 67,1% na
comparaçãocoma de abril de


  1. Também considerando a
    médiapor dia, as vendas de soja,


principal produtoimportado pela
China,aumentaram80,2%.
As exportações de alimentos
não só dão sustentaçãoà balan-
ça comercial brasileira como
também despontam como o
passaporteparaa recuperação
da economiaquandoo pior da
crisepassar. Esta éaleituraque
vemsendo feitainternamente
no governo.
Segundoa visãodos técnicos,
ocomérciomundialestáemque-
da, mas não de formahomogê-
nea.Easvendasdealimentos,co-
mo soja ecarne,têm mostrado
resiliênciadiantedacrise.
A China,por haver entradono
“túnel”do coronavírusantes,já
começaa retomarsuasativida-
des. Umaretomada rápidaeleva-
rá aindamaisa demanda e favo-
recerápaísesprodutoresde ali-
mentoscomooBrasil.
Ao despertarmá vontadeen-
tre os chineses,oBrasilcorre
maiorriscode ver prejudicadas
suas exportaçõesde maiorvalor
agregado. Quantomaisespecífi-
co é oproduto, maioré adiscri-
cionariedadedo importadorem
escolherseusfornecedores.

Declarações tendem a deteriorar relações, dizem analistas


HugoPassarelli
De São Paulo

As maisrecentesofensivasdo
deputado Eduardo Bolsonaro
(PSL-SP) e do ministroda Educa-
ção,Abraham Weintraub,contra
a Chinatêm potencial de esten-
der as rusgasdiplomáticasentre
opaísasiáticoeoBrasildevidoao
novocoronavírus.
Os especialistasdivergemso-
bre as chancesde o atritorespin-
gar nas exportações agrícolas
brasileiras e nos aportes chineses
em projetosde infraestrutura no
curtoemédio prazos.Mas este é
um cenário que ganha força,
principalmenteporque a disse-
minaçãoda doença imprime fra-
queza à economia mundial e,
portanto, devereduzir os fluxos

financeiroedecomércio.
EduardoeWeintraubusaram
uma “li ve” no fim de semanapa-
ra retomar temaspopularesao
bolsonarismo:aalegadaculpa
da Chinana crisemundialde
saúdeeuma supostademorado
governoasiáticoem comunicar
as autoridades sanitárias do pla-
netasobreagravidadedovírus.
O posicionamento representa
um “tiro no pé incompreensível”,
opinaMarcosAzambuja,diplo-
matade carreira econselheiro
emérito do Centro Brasileirode
RelaçõesInternacionais (Cebri).
O que chamaatençãoespecial,
diz, éofato de a China, alémde
importante parceirocomercial
do Brasil,ser hoje fornecedor de
conhecimento e produtos para o
combateaonovocoronavírus.

“Estamos em um caminho
inexplicável de ofendera Chinae
aos chineses,num momentoem
que o país adquire umaimpor-
tância crescente para o mundoe
paranós, sobretudonoforneci-
mentode equipamentosde saú-
dedeemergência”, afirma.
Segundo ele, é improvável
que,nocurtoprazo, issosereflita
em quedadas exportaçõesagrí-
colas do Brasil.“Nãovejo ainda
um preçosendopago, mas isso
mudadeum momentoparao
outro. Porora, aracionalidade
chinesa impedeque eles adotem
umadecisãomaisbrusca”, diz.
Maso sinal que fica,alerta
Azambuja,é de cautelafrenteà
dimensão que ainsistência neste
conflitopodetomar. “Meumedo
é o efeitocumulativo da ofensa.

Weintraubdizque‘tr oca’


desculpasporrespiradores


CristianeAgostine
De São Paulo

O ministro da Educação,
Abraham Weintraub,afirmou
que pedirádesculpas àChina pela
“im becilidade” se o país asiático
vendermil respiradores apreço
de custo para oBrasil. Weintraub
disse não estar arrependido por
ter zombado de chineses em uma
redesocialeacusou a segunda
maioreconomia globaldequerer
lucrar em cimado país em meioà
pandemiado coronavírus.
Em entrevista ao apresentador
José Luiz Datena, na Rádio Ban-
deirantes, oministro da Educação
disse não ser racistae negou ter
errado ao publicar no Twitter,no
sábado, um quadrinho do perso-
nagem Cebolinha, da “Turmada
Mônica”, satirizando o sotaque de
muitos chineses que ao tentarem
falar portuguêstrocam a letra “R”
pela “L”. Segundo Weintraub, foi
uma “brincadeiraleve”.
Por duasvezes, ele disseque “o
chinês éum ser humano comoou-
troqualquer”, apesardetercritica-

doshábitosculturaisealimentares
dopaís.Duranteaentrevista,reite-
rou que pedirá desculpas “de joe-
lhos” e falaráque é “imbecil” e
“id iota” aos chineses se o país ven-
derosaparelhosapreçodecusto.
Tanto na publicação feitana re-
de social quanto na entrevista de
ontem,o ministro vinculou apan-
demia do novo coronavírus a inte-
resses econômicos da China. Para
Weintraub, os chineses estão “can-
tandode galo”, “esconderam”in-
formaçõessobreacovid-19e“que-
remlucraremcimadetragédia”.
O ministrodisseque as críticas
da Chinaàs suas palavras “fazem
partede um processocultural”e
minimizoua sátira.“Nãoachei
que foi um post tão pesado,não
xinguei nenhum chinês”, afir-
mou.“Eu não pedi desculpas.Eu
só retireio post.Porque me pedi-
ram pararetirare tal”, afirmou,
semdizerquempediuaretirada.
“Elesestãoexpandindoamus-
culaturapelomundo.Faz parte
de um jogode poder. Estãoba-
tendoopéno chãopara agente
ficarcommedo”, afirmou.

O Brasiltem atiradocom grande
perfeiçãoem seu própriopé”,
afirma,destacandoque arelação
bilateral entre os dois países
nunca demonstrou impasses.
“Ondehaviaumaestradafluidae
limpaagorahá um campoum
poucominadoporcausadastoli-
cesditaspornós”,diz.
Oprofessorde relaçõesinter-
nacionaisda FundaçãoGetulio
Vargas (FGV)MatiasSpektordiz
que o atritoexisteporqueogo-
vernochinês e toda sua diploma-
cia têm tentadorechaçaras críti-
cas sobre a disseminação do
doençae, ao mesmotempo,o
bolsonarismo buscardiminuira
gravidadedasituação.
“É naturalque essasduases-
tratégias,que são opostas,termi-
nemgerando choques e fricção,

afirma.“Mesmona melhordas
situações,arelaçãocomercialen-
tre Brasile Chinaenfrentariaum
enorme desafio por causa da
pandemia;agora,com estraté-
gias políticas opostas, é uma
combinaçãoabsolutamente ex-
plosiva”,afirmaSpektor.
Comonovo coronavírusse es-
palhandopelo país, a parceriade
longadata com a Chinapoderia
servirparaque os técnicosde
saúdeno Brasilbuscassemapoio
parareplicarmedidasdeconten-
ção da doença.“O Brasildeveria
buscarcom asua relaçãotrazer
missõeschinesasparanos ensi-
naroquefazer”, dizAzambuja.
Odiplomatatambémcriticao
alinhamentoaos Estados Unidos
comojustificativa àposturabeli-
cosa com a China.“Os EUA têm

uma granderivalidadecom a
Chinaporqueo país está, de fato,
fazendoumasériede movimen-
tosquesugeremumaaspiraçãoà
condiçãodesuperpotênciamun-
dial.Para oBrasil,[seguirnesse
caminho]éapenasumagrande
burrice,não estamosnessaliga
[depaísesdesenvolvidos]”,diz.
Embora tudoaponte paraum
afastamento gradativo da China,
técnicos do governo brasileiro
devem tentar reverter aimpres-
sãonegativa,dizGuilhermeCasa-
rões,professor da FGV. “O Brasil
não está em condições de dobrar
aapostaeprovavelmente traba-
lhará por reaproximação silen-
ciosa. Ainda há muitos dentro do
governo que entendem a impor-
tânciadaChinaparaoavançodos
interessesbrasileiros”,afirma.

CANAL UNICO PDF - ACESSE: T.ME/JORNAISEREVISTAS
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