%HermesFileInfo:B-2:20200408:
B2 Economia QUARTA-FEIRA, 8 DE ABRIL DE 2020 O ESTADO DE S. PAULO
mercados
US$ 1/NY1 Euro/EuropaLondres1 Libra/ BrasilR$ 1/
Dólar americano 1,000 1,0898 1,2346 0,
Euro 0,918 1,0000 1,1329 0,
Franco suíço 0,969 1,0566 1,1967 0,
Libra esterlina 0,810 0,8827 1,0000 0,
Iene 108,810 118,5750134,3280 20,
Venc. Aju. C. Abe. Min. Máx.Var.%
Açúcar NY* MAI/20 10,38 285.523 10,31 10,59 -0,
Café NY* JUL/20 121,05 56.915 118,00 121,75 2,
Soja CBOT** MAI/208,55 242.880 8,5438,623 -0,
Milho CBOT** JUL/20 3,37416.784 3,3353,4051,
AS MOEDAS NA VERTICAL:VALOR DE COMPRA SOBRE AS DEMAIS FONTE: IDC
Trabalhador assalariado e doméstica*
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO ALÍQUOTA
Até R$ 1.045,00 7,5%
De 1.045,01 até R$ 2.089,60 9%
De R$ 2.089,61 até R$ 3.134,40 12%
De R$ 3.134,41 até R$ 6.101,061 14%
Maiores altas do Ibovespa INSS - Competência (Abril)
R$ Var. % Neg.
YDUQS PART ON NM 26,50 19,32 28.
PETROBRAS BRON 18,28 14,97 47.
HAPVIDA ON NM 48,30 12,33 24.
Maiores baixas do Ibovespa
SUZANO S.A. ON 37,19 -7,07 43.
JBS ON NM 19,85 -5,88 52.
RUMO S.A. ON NM 19,61 -5,54 42.
No mundo Pontos Dia%Mês% Ano%
(^1) Nova York DJIA 22.653,86 -0,12 3,36 -20,
(^1) Frankfurt - DAX 10.356,70 2,79 4,24-21,
(^1) Londres - FTSE 5.704,45 2,19 0,57 -24,
(^1) Tóquio - NIKKEI 18.950,18 2,01 0,18-19,
IBOVESPA: 76.358,09 PONTOS 1 DIA 3,08 (%) MÊS 4,57 (%) ANO -33,97 (%)
Tesouro Direto ()
Venda Dia % Mês % Ano %
Dólar Comercial 5,2264 -1,25 0,57 30,
Dólar Turismo 5,3730 -1,36 0,62 29,
Euro 5,7000 -0,23 -0,51 26,
Ouro 279,490 -0,71 5,91 37,
WTI US$/barril 24,0400 -8,49 19,60 -60,
IBrentUS$/barril 32,0200 -1,30 23,53 -51,
IGP-M (FGV) 1,0681 IPCA (IBGE) -
IGP-DI (FGV) 1,0701 INPC (IBGE) -
IPC-FIPE 1,0322 ICV-DIEESE -
FATORES VÁLIDOS PARA CONTRATOS CUJO ÚLTIMO REAJUSTE OCOR-
REU HÁ UM ANO. MULTIPLIQUE O VALOR PELO FATOR
DATA TAXA ANOTAXA DIA MÊS% ANO%
CDB (19/30) 3,57 -0,56 -1,92 -19,
CDI 3,65 0,00 0,00 -17,
TR/TBF/Poupança/Poupança Selic (%) CDB - CDI
4/4 a 4/5 0,0000 0,20700,5000 0,
5/4 a 5/5 0,0000 0,2191 0,5000 0,
6/4 a 6/5 0,0000 0,2312 0,5000 0,
Índice Fevereiro Março No ano12 Meses
INPC (IBGE) 0,17 - 0,36 3,
IGPM (FGV) -0,04 1,24 1,69 6,
IGP-DI (FGV) 0,01 1,64 1,75 7,
IPC (FIPE) 0,11 0,10 0,50 3,
IPCA (IBGE) 0,25 - 0,46 4,
CUB (Sinduscon) -0,01 0,09 0,43 3,
FIPEZAP-SP (FIPE) 0,15 0,29 0,78 2,
Inflação (%) Moedas e Commodities
AUTÔNOMO (BASE EM R$) ALÍQUOTA A PAGAR (R$)
De 1.039,00 a 6.101,06 20% De 207,80 a 1.220,
Vencimento 7/5. O porcentual de multa a ser aplicado fica
limitado a 20%, mais taxa Selic.
Agrícolas - Mercado Futuro
Renda Fixa Dur. Baixa Grau Invest.
MAIORES POR RENTABILIDADE MÊS (%) DIA (%) ANO PL (R$ MILHÕES) COTA (R$)
Cshg Juro Real Curto RF FIC FI 0,11 -0,07 -0,18 30.023,87 2,
BNB Master 60 FI Renda Fixa REF 0,08 0,01 1,04 446.906,13 1,
Santander Natal Renda Fixa CP FI 0,07 0,01 1,06 504.623,21 14,
BB TOP DI C Renda Fixa REF DI FI 0,07 0,01 1,05 45.243.328,46 19,
Bradesco FI Referenciado DI Unia 0,07 0,01 1,05 10.615.977,15 31,
Renda Fixa Indexados
MAIORES POR RENTABILIDADE MÊS (%) DIA (%) ANO PL (R$ MILHÕES) COTA (R$)
BB Previdenciario RF Idka 2 FI 0,42 -0,08 -0,25 6.732.578,03 2,
Itau Idka 2 Ipca FI RF 0,35 -0,13 0,09 61.121,21 10,
Bram FI RF Idka Ipca 2 0,35 -0,12 0,03 23.666,11 1,
Itau Idka 2 Ipca FC RF 0,34 -0,13 0,04 61.246,24 10,
BB TOP Renda Fixa IMA B 5 Longo 0,20 -0,05 -0,36 6.392.968,61 2,
Renda Fixa Duração Baixa Soberano
MAIORES POR RENTABILIDADE MÊS (%) DIA (%) ANO PL (R$ MILHÕES) COTA (R$)
Itau Aurum RF FC 0,07 0,00 1,11 1.382.273,42 10,
Sicredi - FI Liquidez RF 0,07 0,01 1,08 15.079.746,32 3,
Itau RF Curto Prazo FI 0,07 0,01 1,08 8.246.860,57 77,
Santander FI Renda Fixa Curto Pr 0,07 0,01 1,08 2.778.912,08 7,
Santander FI Titulos Publicos RF 0,07 0,01 1,07 12.270.405,04 36,
Multimercados Livre
MAIORES POR RENTABILIDADE MÊS (%) DIA (%) ANO PL (R$ MILHÕES) COTA (R$)
Vista Macro Master FI Mult 11,11 4,70 9,71 492.814,86 1,
Octas FI Mult 9,44 4,71 -37,34 1.719,15 0,
Vista Multiestrategia FC FI Mult 8,97 3,65 7,03 434.288,37 3,
Portal FI Multimercado 8,96 4,45 -35,12 17.981,14 1,
51 SP Vista Multiestrategia FIC 8,83 3,53 7,45 30.396,25 1,
Multimer. Juros e Moedas.
MAIORES POR RENTABILIDADE MÊS (%) DIA (%) ANO PL (R$ MILHÕES) COTA (R$)
Itau Estrategia USD X Euro 2X Mu 4,28 0,28 9,00 239.042,90 15,
Itau Estrategia USD X Euro FI Mu 2,09 0,14 4,85 18.984,14 12,
Itau FX S 2X Mult FC FI 2,02 -0,93 19,19 716.523,36 15,
Itau Estrategia USD X AUD 2X Mul 1,59 -2,88 31,11 220.602,47 17,
Itau Estrategia USD X YEN Multim 1,41 0,73 0,82 10.644,29 12,
Ações livre
MAIORES POR RENTABILIDADE MÊS (%) DIA (%) ANO PL (R$ MILHÕES) COTA (R$)
Am3G Fundo de Investimento Acoes 7,50 5,14 -45,62 38.537,11 95,
Safra Consumo Americano FIA BDR 6,21 6,76 7,67 856.065,65 435,
Safra Consumo Americano FC FIA B 6,19 6,75 7,36 586.933,31 407,
Safra FIA BDR Nivel I PB 5,38 6,45 2,33 79.987,86 354,
Safra FC FI Acoes BDR Nivel I* 5,36 6,45 2,05 64.571,31 330,
VENCIMENTO (*)ANO (%) R$*
Tesouro IPCA 15/8/2026 3,72 2.628,
15/5/2035 4,66 1.669,
Com Juros Semestrais 15/8/2030 4,06 3.873,
Tesouro Prefixado 1º/1/2023 5,38 867,
1º/1/2026 7,38 665,
Tesouro Selic 1º/3/2025 0,0310.569,
()TÍTULOS A VENDA
Agrícolas - Mercado Físico
Índices de reajuste do aluguel (Abril)*
() Em cents por libra-peso (**) Em US$ por bushel
- ESSES FUNDOS INDICAM A COTA DE ABERTURA DE ONTEM, MAS OS DADOS SOBRE RENTABILIDADE E PATRIMÔNIO LÍQUIDO REFEREM-SE AO DIA FONTE : ANBIMA
Soja Ult. Var. (%)Var. 1 ano(%)
CEPEA/ESALQ, R$/sc 60 kg 101,21 -0,18 30,
Boi
CEPEA/ESALQ, R$/@ 199,90 -0,54 25,
Milho
CEPEA/ESALQ, R$/sc 60 kg 57,47 -0,62 50,
Café
CEPEA/ESALQ, R$/sc 60 kg 588,37 1,04 51,
FUNDOS
Todos os Estados sem
exceção decretaram ca-
lamidade pública ou
emergência, adotaram
medidas de isolamento
social e suspenderam
serviços não essenciais.
Ante a lentidão do governo federal, go-
vernadores e prefeitos agilizaram suas
próprias medidas de amparo aos seto-
res mais debilitados pelo coma induzi-
do da economia.
Segundo levantamento do Instituto
Brasileiro de Economia, da Fundação
Getúlio Vargas (Ibre/FGV), além das
medidas de ampliação da capacidade
dos sistemas de saúde, como custeio de
insumos, equipamentos e serviços, fo-
ram adotadas quatro categorias de me-
didas econômicas: auxílio financeiro
para empresas; distribuição de cestas
básicas; outras formas de auxílio às em-
presas e famílias; e prorrogação ou isen-
ção de pagamento de serviços públicos.
Somente em São Paulo e no Rio de Ja-
neiro, que formam o epicentro da crise,
há iniciativas nos quatro segmentos.
O principal mecanismo emergencial
é a prorrogação ou isenção do pagamen-
to de impostos e encargos, como redu-
ção do ICMS, suspensão das tarifas de
água, gás e luz e dos prazos para protes-
tos de dívidas.
Para socorrer as empresas, os Esta-
dos estão abrindo linhas de crédito.
Em São Paulo, elas totalizam R$ 225
milhões para MEIs e PMEs, e R$ 275
milhões para outras empresas. Goiás
destinou R$ 500 milhões para micro
e pequenas empresas; Rio de Janei-
ro, R$ 320 milhões; e Santa Catarina,
R$ 230 milhões.
A fim de suprir as comunidades caren-
tes, a maioria dos entes subnacionais
está distribuindo cestas básicas, boa
parte para famílias que têm alunos na
rede pública de ensino, com os recursos
das merendas não empregados na qua-
rentena letiva. As famílias pobres tam-
bém estão sendo socorridas com repas-
ses diretos. No Amazonas, 50 mil famí-
lias receberão R$ 200, e Sergipe distri-
buirá R$ 100 a pessoas de baixa renda.
Na capital paulista, a Prefeitura distri-
buirá uma renda básica emergencial de
R$ 1.200 para cerca de 900 famílias.
Os recursos, porém, são escassos, e
vários Estados, alguns já no Regime de
Recuperação Fiscal, estão gastando mui-
to além da sua capacidade. Mas, pela lei,
eles só podem se endividar com a
União. Assim, além de deixar a popula-
ção desassistida e abrir margem à sobre-
posição de ações, a lentidão do governo
federal em coordenar as políticas com
os Estados tende a tencionar o pacto
federativo e aumentar de maneira des-
controlada e contraproducente a dívida
pública.
Editorial Econômico
A falta que
faz a
União
E-MAIL: [email protected]
TWITTER: @COLUNADOBROAD
“O dinheiro que se tem é o instrumento da
liberdade; o dinheiro que se tenta obter é o
instrumento da escravidã o.”
Jean-Jacques Rousseau –
Confissões
P
or liberdade, na frase de Rous-
seau, entenda-se cidadania, in-
clusão e libertação econômica.
Por “dinheiro que se tem” entenda-se
a renda básica, ou mínima: ideia deba-
tida há décadas cujo momento parece
finalmente ter chegado. Há muito o
que se dizer sobre a epidemia e sobre
a crise econômica. Grande parte do
que se diz é trágico, amedrontador e
profundamente triste. A renda básica
se descola desse rol de sentimentos
negativos. A renda básica é a luz que
pode nos guiar.
O que é a renda básica? Trata-se de
uma transferência incondicional de
renda do governo para a população
ou para uma parcela da população.
Transferências incondicionais são
aquelas que não estão atreladas a ne-
nhum requisito, ao contrário do pro-
grama Bolsa Família. Quando a renda
básica é oferecida a uma parcela da
população, em vez de para todas as
pessoas, são estabelecidos critérios
para delimitar a elegibilidade.
A ideia da renda básica existe desde
o fim século 18. Ela ganhou proemi-
nência em épocas distintas, notavel-
mente no fim dos anos 60, quando o
ex-professor do ministro Paulo Gue-
des e vencedor do Prêmio Nobel em
Economia, Milton Friedman, escre-
veu sobre a criação de um imposto de
renda negativo. O imposto de renda
negativo levaria governos a pagarem,
na forma de transferências de renda,
um fluxo mensal mínimo de recursos
para os mais pobres. Embora o concei-
to não seja exatamente o da renda
básica para todos, ele tem íntima rela-
ção com a noção de uma renda básica
para a parcela mais vulnerável da po-
pulação.
Os mais vulneráveis têm sido os
mais atingidos pela epidemia e pela
crise econômica, como diversos estu-
dos e análises têm revelado. Por essa
razão, a renda básica voltou ao centro
do debate econômico. Alguns países,
como a Espanha, pensam em adotá-la
de forma permanente. Outros, como
o Brasil, fizeram-no – por ora – em
caráter emergencial.
Como já é de amplo conhecimento,
a lei que institui a renda básica emer-
gencial (RBE) foi sancionada há pou-
cos dias garantindo o pagamento de
R$ 600 mensais para 59,2 milhões de
pessoas já registradas no Cadastro
Único e outras mais que atendam aos
critérios para receber o benefício –
há, no momento, um esforço de cadas-
tramento dessas pessoas. É importan-
te ressaltar que as pessoas que não
estão no Cadastro Único são, em gran-
de medida, indivíduos que não ape-
nas passaram a sentir as consequên-
cias mais graves da crise recentemen-
te, como também aquelas que já eram
muito pobres e não dispunham de
acesso aos programas de governo por
motivos diversos. Portanto, a RBE
surgiu no Brasil não apenas como
uma medida econômica de emergên-
cia, mas como uma ação humanitária.
Há muito ainda por fazer, mas essa
foi uma grande conquista para a socie-
dade em tempos sombrios.
Como prosseguir? A RBE é o come-
ço de um caminho já definido pelas
características da epidemia. Para dar
assistência e dignidade às pessoas
mais pobres e vulneráveis será preci-
so que a RBE se torne um benefício
permanente para pelo menos as 77
milhões de pessoas hoje no Cadastro
Único. Mantendo o valor atual do be-
nefício, esse programa de renda bási-
ca permanente custaria aos cofres pú-
blicos pouco mais de 7 pontos porcen-
tuais do PIB. Não é barato, mas não é
um valor que quebre o País, sobretu-
do se considerarmos que, depois da
fase aguda da crise, esse benefício aju-
daria a sustentar o consumo e as recei-
tas do governo.
Evidentemente, isso não é dizer
que a renda básica permanente seja
um programa que se autofinancie. Se-
rá preciso destinar recursos a ele. Em
um primeiro momento, penso nos
diversos fundos de que dispõe a
União e que hoje não são utilizados
para finalidade alguma – poder-se-ia
unificar parte deles para pagar a ren-
da básica. No futuro, a renda básica
seria financiada por uma reforma tri-
butária que revertesse a pirâmide de
impostos brasileira, onerando pro-
gressivamente a renda e o patrimônio
e desonerando consumo e produção.
Em tempos de escuridão, doença e
tragédia, a renda básica nos apresenta
oportunidade de alcançarmos maior
justiça social e liberdade. É passada a
hora de resgatarmos esses valores.
]
ECONOMISTA, PESQUISADORA DO
PETERSON INSTITUTE FOR
INTERNATIONAL ECONOMICS E
PROFESSORA DA SAIS/JOHNS HOPKINS UNI-
VERSITY
A
s plataformas de crédito para micros, pequenas e médias empresas,
assim como para pessoas físicas, estão debruçadas em manter suas
carteiras operando, enquanto aguardam medidas do governo so-
bre o tema. Por enquanto, vale a criatividade, como aceitar o celular em
garantia, reduzir margem de lucro ou perdoar o juro dos empréstimos
por dois meses. Com demanda crescente, essas plataformas têm disponi-
bilidade de recursos restrita. Por enquanto, apenas as autorizadas pelo
Banco Central a operar como Sociedades de Crédito Direto (SCD), que
realizam empréstimos para empresas, terão suporte do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para repassar o crédi-
to de R$ 5 bilhões prometido para capital de giro. São apenas nove, entre
dezenas de fintechs existentes em todo o País.
»Pra depois. Entre as que abriram
mão de parte do lucro está a Zoop,
que deixou de repassar o custo
mais alto do dinheiro para ajudar os
pequenos negócios a se manterem.
A BizCapital, voltada a empresas
com faturamento anual de até R$
4,8 milhões, está dando 60 dias de
moratória e jogando o juro do perío-
do para o fim do contrato.
»Pessoa física. No crédito pes-
soal, a fintech Bulla, com três me-
ses de operação, aposta em seu mo-
delo de negócio para atravessar a
crise. As contratações são feitas en-
tre investidores, na maioria aposen-
tados com poupança entre R$ 50
mil a R$ 300 mil, e pessoas físicas,
da classe C, bancarizados e com ren-
da mensal de um salário mínimo
pelo menos. Para a empresa, a tran-
sação direta entre investidor e
quem toma o empréstimo diminui
o risco de inadimplência. No entan-
to, a plataforma já vê redução de
montantes e prazos.
»Sob medida. O isolamento social
impulsionou a demanda por um se-
guro pouco difundido no Brasil: o
pay per use ou pague pelo uso. A in-
surtech Thinkseg, do ex-BTG André
Gregori, viu suas vendas dispara-
rem 240% na segunda quinzena de
março. A empresa opera com um
modelo de assinatura mais quilôme-
tros percorridos e apólices mensais.
»Bumerangue. Como a quarente-
na obrigou as pessoas a deixarem
seus carros na garagem, a Thinkseg
viu espaço para baixar o valor do
seguro e atrair usuários. Além de
diminuir o preço do quilômetro ro-
dado, agora vai cortar o preço da
assinatura. Ao lado da seguradora
Generali, sua parceira no negócio,
vai reduzir o valor básico de R$ 79
para R$ 25 – queda de 70%.
»Dobrar a meta. Pelo fato de a al-
ta ainda levar em conta o preço
antigo, a Thinkseg espera que o rit-
mo aquecido das vendas se mante-
nha. O custo da assinatura varia
conforme o valor do carro e o ende-
reço do segurado. O pós-crise tam-
bém pode ser melhor com as pes-
soas mais conectadas após o confi-
namento.
»Tamo junto. O governo vai contar
com o apoio das teles para ampliar o
acesso à renda básica emergencial
de R$ 600, do pacote de enfrenta-
mento da crise. O aplicativo que per-
mite à população saber se é ou não
elegível ao benefício pode ser baixa-
do de forma gratuita, sem consumo
da internet do celular. A navegação
no app tampouco consumirá dados.
Será por meio desse aplicativo que
trabalhadores informais, autônomos
e microempreendedores individuais
poderão consultar se estão no Cadas-
tro Único do Ministério da Cidada-
nia e, em caso negativo, fazer a ins-
crição para receber o benefício.
»Põe na conta corrente. Para quem
tem conta bancária para receber o
pagamento, bastará informá-la ao
concluir o cadastro. Os beneficiários
fora da rede terão uma conta digital,
que será movimentada por meio des-
se aplicativo. Tampouco haverá co-
brança de dados nessa etapa.
»Quem quer dinheiro? A estimativa
é que 100 milhões de pessoas façam
a consulta nos primeiros dias após o
lançamento do app. A renda básica
emergencial deve beneficiar 54 mi-
lhões de pessoas por três meses
com custo de aproximado de R$ 98
bilhões.
»Alta demanda. Um total de 115 em-
presas já se cadastraram na platafor-
ma criada pela Fiesp/Ciesp que ten-
ta reunir as companhias que preci-
sam de crédito a bancos e fintechs.
Batizada de Leilão Reverso de Crédi-
to, a iniciativa lançada no dia 2 tenta
atender a uma das principais deman-
das dos empresários durante a crise
da Covid-19: o acesso ao crédito.
CYNTHIA DECLOEDT, ALINE BRONZATI,
FERNANDA GUIMARÃES E ANNE WARTH
l Números
R$ 98 bi
é o valor que será destinado à renda
básica emergencial pelo governo para
beneficiar 54 milhões de brasileiros
Renda básica
MONICA
DE BOLLE
A renda básica nos apresenta
oportunidade de
alcançarmos maior justiça
social e liberdade
coluna do
Fintechs de crédito apelam
à criatividade para operar
MONICA DE BOLLE ESCREVE ÀS QUARTAS-FEIRAS
MONALISA LINS/ESTADÃO - 8/11/
WERTHER SANTANA/ESTADÃO - 14/2/ 2020
ANTONIO LACERDA/EFE - 6/4/