Adega - Edição 174 (2020-04)

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MUNDOVINO |^


EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Don Carlos
Carlos Falcó, do produtor de vinhos espanhol Marqués de Griñón,
faleceu aos 83 anos vítima da COVID-19

Don Carlos Falcó y Fernandez de
Córdova, também conhecido como
Marqués de Griñón, morreu no
dia 20 de março em Madri devido
a complicações causadas pela
COVID-19. Ele tinha 83 anos. De
acordo com sua filha, Xandra Falcó
Girod: “Foi tão rápido. Ele estava
em perfeitas condições e, quatro
dias depois, ele se foi”.
“Ontem trouxemos suas cinzas
para casa em nossa propriedade
em Valdepusa. Por causa das
restrições, éramos apenas nós
cinco, seus filhos. Colocamos ele
para descansar em sua capela,
com vista para as vinhas, e
levantamos uma taça de vinho em
sua memória”, afirmou.
“A indústria do vinho na
Espanha está de luto pela morte
de Carlos Falcó. Um homem que
lutou a vida toda pela indústria

do vinho. Ele estava à frente de
seu tempo”, disse Pablo Alvarez,
proprietário da Bodegas Vega
Sicilia. “Todos sentiremos falta
de Carlos Falcó, um vinicultor
e enólogo nobre, incansável,
elegante, orientado para a ciência,
que contribuiu muito para colocar
os vinhos espanhóis no mapa”, disse
Miguel A. Torres.
Falcó nasceu em 1937 em
Sevilha, no Palácio de las Dueñas,
onde seus pais estavam abrigados
da guerra civil espanhola. O quinto
Marqués de Griñón foi companheiro
de infância do futuro rei da Espanha.
Mas Falcó não se contentou em
ser um aristocrata. Nasceu para
ser um empreendedor. Quando
jovem, estudou na Universidade da
Califórnia, em Davis, onde ficou
fascinado pela viticultura. Ele se
estabeleceu em uma propriedade

familiar chamada Dominio de
Valdepusa, perto da pequena cidade
de Malpica del Tajo, a cerca de 100
quilômetros de Madri.
Em 1974, sob supervisão do
renomado enólogo francês Émile
Peynaud, ele plantou Cabernet
Sauvignon, então proibida na
região, acrescentando mais tarde
Syrah e Petit Verdot. Sua primeira
safra foi em 1983.
Falcó também foi líder na
indústria de azeite. Em 1989,
viajou para a Toscana e alistou
os serviços de Marco Mugelli,
um pesquisador inovador. Eles
fizeram seu primeiro óleo de
Valdepusa em 2002, o que deu
início a uma nova onda de
produtores de alta qualidade.
“Mudamos a maneira como
o azeite é produzido na
Espanha”, disse Xandra.
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