Adega - Edição 174 (2020-04)

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Cientistas associam consumo moderado
de vinho a menor risco de doença renal crônica

U


ma equipe de pesquisadoresdaUniversi-
dade Johns Hopkins, emBaltimore,
Estados Unidos, encontrouuma
ligação entre o consumo moderado
de álcool e uma chance reduzida
de desenvolver doença renal crô-
nica (DRC). “Descobrimos que
uma quantidade moderada de
consumo de álcool (até uma
taça por dia para mulheres e
até duas taças por dia para
homens) estava associada
a menor risco de doença
renal crônica em compara-
ção com pouco ou nenhum
consumo de álcool”, afirmou
Emily Hu, principal autora da
pesquisa.
O estudo, publicado no Jour-
nal of Renal Nutrition, coletou e
analisou dados de mais de 12.600par-
ticipantes, homens e mulherescomida-
des entre 45 e 64 anos, que foramrastreados
ao longo de 24 anos. Usando questionários sobre
hábitos alimentares, os pesquisadores separaram os
participantes em grupos com base na quantidade de
álcool consumida: abstêmios, ex-bebedores, aqueles
que consomem uma ou menos doses por semana,
duas a sete doses por semana, oito a 14 doses por
semana e 15 doses ou mais por semana.
Ao longo dos 24 anos, 3.664 dos participantes
desenvolveram DRC. Mas houve um resultado
surpreendente ao investigar os hábitos de ingestão
de álcool daqueles que não desenvolveram DRC.

BOM PARA


OS RINS

Comparados aos participantes que nunca ingeri-
ramálcool,aqueles que consumiram uma dose
oumenos de bebida por semana tiveram
um risco 12% menor de desenvolver
a doença. De 2 a 7 doses por sema-
na tiveram um risco 20% menor
e aqueles que consumiram 15
doses ou mais por semana tive-
ram um risco 23% menor. Os
participantes que bebiam de
8 a 14 drinques por semana
tiveram o menor risco, com
fator de DRC 29% menor do
que os abstêmios.
Os pesquisadores apontam
que os bebedores moderados
do grupo tendiam a ser homens,
brancos e tinham níveis mais altos
de educação e renda. Eles dizem
quesão necessários mais estudos para
examinar se algum desses fatores desem-
penhaalgum papel essencial. “Há limitações
emnosso estudo que devem ser reconhecidas.
Primeiro, o consumo de álcool foi autorrelatado, o
que está sujeito a vieses e pode ter sido subnotifica-
do. Mas um ponto forte de nosso estudo foi a grande
população, com um número relativamente grande
de eventos renais e, portanto, poder suficiente para
detectar associações significativas. Nossa população
inclui homens e mulheres, negros e brancos, permi-
tindo generalização para outras populações. Nosso
estudo também teve um longo período de acompa-
nhamento, com mediana de 24 anos, tempo mais
longo que os estudos anteriores”.
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