Adega - Edição 174 (2020-04)

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e Elqui, a escassez de água dizimou vinhedos in-
teiros e, os que sobraram, lutam para sobreviver
com anos em que praticamente não chove. Mais
ao sul, no vale do Maipo ou em Colchagua, já há
vinícolas que tentam voltar ao sistema de secano
(não irrigado), com o problema das baixas produ-
ções que isso implica.
O calor, por sua parte, tem feito com que
o fato de “colher mais cedo” já tenha deixado
de ser um caminho na busca por vinhos mais
frescos e de menor teor alcoólico, para se con-
verter diretamente em um tema de equilíbrio.
Na safra 2020 na Argentina e no Chile, as uvas
tiveram que ser colhidas ao menos duas ou três
semanas antes do habitual. Esperar teria sido
colher uvas passas.
No sul não há problema de água ou, ao me-
nos, não há em um futuro próximo. Existem
outras dificuldades, com certeza. As chuvas im-
plicam maior cuidado no vinhedo, o perigo cons-
tante de uvas podres e, a falta de sol ou, às vezes,
o vento em excesso, implicam, por sua vez, em
não alcançar a maturação. Trata-se, com certeza,
de outra viticultura, de outros problemas, novos
desafios em uma nova era do vinho sul-america-
no que está aí, dobrando a esquina.

O projeto Otronia, em um dos pontos mais
profundo da Patagônia argentina, e projeto
da Viña Montes, na ilha de Chiloé, Chile (foto
abaixo), são dois exemplos de lugares extremos

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