Antologia Grêmio Cultural
No deleite e no martírio
No ávido papel, a tinta dança
Enredando palavras e versos em rompante
Um prazer indômito, o peito alcança
O escrever, da alegria a um martírio constante.
Na folha branca, a mente se seduz
De pensamentos sonhadores e rebeldes
Uma obra nasce tal estrela que reluz
Em linhas e letras, segredos perenes e saudades.
O deleite se revela, sussurra aos ouvidos
Quando ideias ganham vida e se entrelaçam
Em rimas cadenciadas, ternas melodias para os
ávidos
Nas asas da alma, elas voam, não se desfazem,
esvoaçam!
Mas o martírio espreita nos versos mais densos,
Quando a inspiração escapa por entre os dedos
Palavras emaranhadas em tormentos intensos,
Os silêncios incertos, os segredos que não cedo.
Traz o escritor em si, uma alma inquieta e
comovida
Que anseia perpetuar sua essência no papel,
Enquanto luta com a dor, a busca pelo certo em
vida,
Na eterna batalha entre o céu e o fel.
Oh, escrever! Ó divino prazer, ó sutil suplício!