Prof. Pedro Fávaro
Chuva
É uma da manhã,
a chuva cai lenta,
miúda e muda,
as gotas murmuram
as angústias.
Nos respingos
singelos,
você em minha
memória vem.
A chuva chega com a
saudade...
com a saudade do
meu bem.
A chuva que antes
lavava...
Hoje me machuca.
A chuva que antes
acalmava...
Hoje me enlouquece.
A chuva aperta,
as gotas caem
rápidas,
volumosas e
retumbantes,
gritando lembranças.
Os raios melancólicos,
compõem a sinfonia
da tristeza.
Nos meus olhos sinto
o peso das nuvens,
na minha cabeça tua
silhueta.
A saudade é como
chuva...
Chove, chove, nunca
muda.
Assim como sua
ausência...
Dói, dói e nunca para.
João Aurélio