Antologia Grêmio Cultural
A MESMA VIDAAcordou às 6h da manhã, como sempre de mau
humor.
Que porcaria, pensou, queria ficar na cama, estou
cansado, queria dormir mais, mas tenho que ir
trabalhar.
Não aguento mais este trabalho, um pé no saco ter
que sair todo dia de casa para aguentar aquele
povinho e aquela rotina vazia, pareço um escravo,
trabalho para ganhar um dinheiro no final do mês,
que porcaria de vida.
Saí de casa atrasado, acabei ralando o carro no
portão da garagem na hora que fui dar ré, mais um
gasto não planejado.
Cheguei no escritório, fui correndo direto para
minha mesa, tinha uma pilha de coisas para eu
resolver, meu e-mail estava cheio, o serviço é sem
fim, estou preso nisso.
As horas não passam, o café da empresa é ruim,
requentado, podiam colocar uma máquina de café,
destas modernas aqui. A empresa está cheia de
grana, mas são uns muquiranas, não gastam um
centavo com a gente.
Promoveram a Célia, puxa saco que ela é. Eu
nunca sou promovido ou reconhecido aqui, o
máximo que me deram é este trofeuzinho de
participação que fica aqui na minha mesa.