filho
o artista está triste
vendo a sua obra, ele chora
e ele sabe porque chora.
não há cuidado na obra
não há vaidade nem glória
terrena é a obra de suas mãos.
sonhada que foi nos céus
descida, humilde, pequena
é menor, é a sua, é ele
ao chorar a sua obra,
sua ilusão, seu artefacto
debate-se pois o artista
perante a sua leviana arte
sua louca criação
e ele sabe porque chora
é o vaidoso artesão
chorando de si
e de sua magra recompensa