o dono da ilha
ele é uma criança que sonha
um sonho interminável em que ele é objecto
e também o sujeito, a liberdade e a justiça
ele se refugia numa ilha que é ele dentro de si
próprio
sem ela, ele é o próprio medo, a culpa
encarnados
o mundo começa e acaba com ele, passado,
presente e futuro
o espelho lhe devolve uma diurna, bela e
coerente imagem de si próprio
a fome, o acorda, qual alarme para o sustento de
seu corpo
e, um profundo sono o conserva, dia e noite,
fortificado
também o governo o desloca da inércia,
às vezes, as necessárias, ele fica atento a seus
escravos
abundantemente seus serviçais presenteia