o filósofo viajante
tu que viajaste para não morreres à fome
na terra que era a dos teus pais e avós
partiste de repente e assim perdeste
família vizinhos amigos
levaste toda uma vida à descoberta
do teu caminho/aquele que te
havia de levar à única tua
e iluminada morada
viajaste para ensaiar/infinitas vezes
essa perda certa de pai e de mãe
tornaste-o explorador do futuro
desafiaste o que estava para vir
certo de saberes já ter acontecido
antecipaste a dor/que querias ultrapassar
deste meia volta no teu regresso a casa
partir-te-ias ao meio viajante
se pretendesses ignorar os sossegos
a tempestades/os homens do teu lugar