Coqueiro das Saudades
Lembro-me da cova em que te plantaram.
Eu sempre acompanhando o teu crescer.
Quase todas as tardes, ao pôr do sol,
Reuníamos unidos ao teu redor.
Foi como uma vitória para todos nós
Quando vimos o teu primeiro fruto desabrochar.
Voltou a ti perder quem te plantou,
Circunstâncias forçaram a te deixar.
Trinta e três primaveras já fizeste,
Testemunhando dores e alegrias,
Os raios do sol batendo em teus penachos
Reflete um prateado de poesias.
O vento sopra eu ouço o farfalhar.
Traz-me lembranças de entes tão queridos
Que já repousam na eterna glória.
Estas saudades, fostes tu que me causaste...
Coqueiro das saudades, velho amigo,
Muitos anos depois de mim tu viverás.
Encontrarei quem te plantou na eternidade.
Ficas aqui na terra, é o teu lugar.