QUEIROZ FILHO
Poema para a voz do amor
Amar o que restou da tua ausência,
É amar todo o silêncio desta sala...
É ouvir com sábia e rara impaciência,
A emudecida Dor que tudo fala...
O amor só é Amor, se for demência!
Se as cores que o silêncio nos exala,
Bem ao ouvido, forem a evidência:
- A mente é um Duende que propala
Aos doidos: - O Amor, só é Ciência,
Se quando a Razão, veloz trem-bala!
Descarrilhar dos trilhos da prudência,
Vendo esta tartaruga superá-la:
- Coração, tolo ser! Sem paciência!...
Nuvem doida a flertar com a mandala
Dourada, que em mágica opulência,
É a voz do amor que em nós, sempre se cala...