ABELARDO BARRA RUATTA
Rompendo a névoa da dor
Morro de amor porque viraste invisível,
Na distância, não te encontro, não te sinto,
Nas noites de luar, choro inaudível,
Pelos caminhos vazios, sem alento.
Tento buscar-te, mas és imaterial,
Fantasma que me atormenta e me atrai,
Perco-me na tua imagem irreverencial,
E no teu corpo ausente, que não cai.
Oh, amada minha, que te fizeste agora,
Nas brumas da saudade, que me sufoca,
Será que te encontrarei, a toda hora,
Nesse amor que nos une, e nos provoca.
Morro de amor, mas sigo na esperança,
De que um dia, a tua imagem se faça,
Real em meu mundo, e sem distância,
Amar-te-ei, enfim, sem desgraça.