IVETE ROCHA
Sonho com a igualdade
Senti a cor da pele tingir meu ser
Com marcas de preconceito e torpeza
Lutei com coragem e fortaleza
Forma decente de sobreviver.
Não pude daquele lixo me abster
Devido a minha profunda pobreza
Catei papel, vivi grande dureza
Brotou do lixo todo o meu saber.
Essas marcas que eu trouxe da Senzala
Bagagem de dor e humilhação
Arrastou dos meus pés o vasto chão.
Pudera ter direito a renascer
Escolher um lugar que me condiz
Lugar que o preto também é feliz.