ra felicidade [O estoicismo exerceu profunda influência na ética cristã]. 2. Por ex
tensão: rigidez de princípios morais; resignação diante do sofrimento, da adversi
dade, do infortúnio'.
Estoico: 1. Relativo ao estoicismo. 2. Aquele que é adepto do estoicismo. 3. Aquele
que é rigido, firme em seus princípios. 3. Aquele que se mostra resignado diante do
sofrimento e do infortúnio.Os dicionários salientam três aspectos que caracterizariam o estoicismo:
uma ética que propõe extirpar as paixões e assegurar a imperturbabilidade; a aus
teridade, rigidez e firmeza dos princípios morais; a resignação perante o destino
e, portanto, a aceitação da dor, do sofrimento e do infortúnio. Essa imagem, ao
salientar a resignação perante o destino, tende a supor que o estoico é fatalista,l o
que, porém, não corresponde à doutrina estoica, que combate e refuta o fatalismo
em nome de uma verdadeira compreensão do que seja o destino.
Quando o Dicionário Houaiss menciona a influência da ética estoica sobre a
cristã, implicitamente considera, de um lado, a exigência cristã de uma ética ascé
tica de combate aos prazeres corporais e às glórias mundanas, e, de outro, a iden
tificação da ideia estoica de destino com a cristã de providência divina, pois muitos
estoicos também denominaram o destino com o nome de providência. Todavia,
como veremos mais adiante, a providência estoica e a cristã são muito diferentes:
a primeira, como transparece no "Hino a Zeus" , de Cleanto, é a razão imanente à
natureza ou ao universo, da qual somos, como todas as coisas, parcelas vivas; é a
lei natural que podemos conhecer sob alguns aspectos; a cristã é a vontade inson
dável de um deus pessoal, transcendente à natureza ou ao universo, e que jamais
pode ser conhecida por nossa razão.
A imagem popular do estoico como homem austero, firme e sereno, indife
rente à dor e à morte, tranquilo em qualquer circunstância, indiferente ao prazer,
à riqueza, às honras e à glória tornou-se, na verdade, a imagem tradicional do sá
bio: o homem conduzido pela razão, vivendo em harmonia com a natureza e
aceitando os acontecimentos do universo. O fragmento de um poema citado por
Diógenes de Laércio resume essa imagem:
Nem o áspero inverno, nem a violenta tempestade,
Nem o ardor do sol o podem domar.
Nem os fe stins, nem a doença terrívelII 5