do ânimo para manter-se nos limites postos pela natureza". Num fragmento reco
lhido por Pomrio, escreve:Vazias são as palavras do filósofo que não cura (therapeuéta*) algum sofrimento
humano.Compreendemos, assim, o lugar proeminente conferido ao filosofar nas
Máximas fondamentais:Nunca se protele o filosofar quando se é jovem, nem canse fazê-lo quando se é velho,
pois ninguém jamais é pouco maduro nem demasiado maduro para conquistar a
saúde da alma. E quem diz que a hora de filosofar ainda não chegou ou já passou
assemelha-se ao que diz que ainda não chegou ou já passou a hora de ser fe liz.Nas outras ocupações, o fruto só vem depois de laboriosamente concluídas; na filo
sofia, porém, o prazer anda no mesmo passo que o conhecimento; a fruição não
sucede ao aprendizado, o aprendizado e a fruição são simultâneos.Vida e obra de Epicuro
A vida
Segundo Diógenes de Laérdo, Epicuro, filho de Neoclés e de Queréstrata, te
ria nasddo em Atenas, no demos de Gargetos, no ano da 109'· Olimpíada, ou seja, em
342 ou 341 a.C., mudando-se com sua família para a ilha de Samos (próxima das d
dades jônicas de Colofão, Éfeso e Mileto), onde passou a inf'anda e a juventude.
Todavia, estudos historiográficos mais recentes afirmam que nasceu em Samos,
colônia pertencente a Atenas, onde residia sua família, que, em 351 a. c., emigrara
de Atenas para a Ásia Menor em busca de melhores condições de vida. De fato,
consta que os colonos atenienses recebiam pequenos lotes de terra com a finalidade
de assegurar a ocupação da ilha e o domínio de Atenas. Neoclés, mestre-escola, teria
se consagrado à pequena agricultura, mas sem sucesso, voltando à condição de
professor enquanto Queréstrata prestava serviços aos pobres, realizando ritos de
purificação e sacrifídos destinados a tornar os deuses favoráveis.
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