ganhou espaço e sua cultura valorizada
até o final da década de 70. A geada de
1975 e doenças como o nematóide ar-
rasaram todas as plantações cafeeiras,
provocando o êxodo rural de milhares
de pessoas que migravam para outras
cidades em busca de qualificação e
trabalho. Depois do declínio, as áreas
foram sendo substituídas por culturas
de subsistência e culturas permanentes.
Desta forma, a região passou a
produzir uma grande variedade de
culturas com destaque para os plantios
de maracujá de mesa em Adamantina,
a piscicultura em Panorama, o Urucum
em Monte Castelo destinado a linha de
corantes alimentícios, a uva de mesa
em Tupi Paulista, a produção de batata
doce em Dracena, acerola em Junquei-
rópolis, Osvaldo Cruz com frutas em
geral, Bastos conhecida nacionalmente
como a Capital do Ovo e o amendoim
em Tupã.
Essas culturas apresentaram uma
alternativa viável ao desenvolvimento
regional pelas suas características fun-
cionais e pela adaptabilidade ao clima
da região. A agricultura gerou empregos
e embalou modestamente a economia.
Atualmente destaca-se a cana-de-
-açúcar que se tornou uma alternativa
viável para as propriedades. Com isso,
diversas usinas processadoras de cana-
-de-açúcar escolheram a região para
apostar na produção e expansão do
mercado sucroalcooleiro. Esta realidade
mudou o perfil agropecuário regional,
pois valorizou a monocultura gerando
emprego, renda, movimentando o
comércio, combatendo o êxodo rural,
e aumentou a população de algumas
cidades, a exemplo de Flórida Paulista.
As hortaliças também são desta-
ques como fonte de sobrevivência de
pequenas propriedades. Em Adaman-
tina foram fundadas associações com
o intuito de valorizar o produtor rural,
a exemplo da Associação Passiflora
dos Produtores Rurais de Adamantina,
a APPRAR. Há pouco mais de um ano
instalaram uma indústria de processa-
mento de frutas para a produção de
polpa. Outro exemplo são os produtores
que contribuem com importantes pro-
gramas como o da Agricultura Familiar
através do Programa de Aquisição de
Alimentos.
A Associação dos Municípios da
Nova Alta Paulista, a AMNAP, com a
união de 30 cidades da Alta Paulista
que formaram uma nova região admi-
nistrativa, mesmo que não oficialmente,
foi importante por resgatar o Programa
de Desenvolvimento Regional, voltado
para ações que valorizam os empre-
endimentos e produtos de pequenas
e médias propriedades. Os prefeitos
se tornaram agentes políticos desse
desenvolvimento há 37 anos.
Neste contexto, entrevistamos
a professora Izabel Castanha Gil. Ela
estuda a região desde 1989 e falou à
VOX sobre a realidade enfrentada pelos
municípios integrantes da Alta Paulista
em relação ao desenvolvimento regio-
nal. Confira:
Qual o modelo de gestão implantado
no início dos municípios?
No início do desenvolvimento dos
municípios, o que se buscava era uma
especulação de terra. Existia uma con-
corrência grande por parte de quem
comprava as glebas para montar as
vilas, que possivelmente se transforma-
riam em cidades, a vila ganharia um re-
Obras por parte dos Governos dão nova cara à Nova Alta Paulista
...o êxodo rural de
milhares de pessoas
que migravam para
outras cidades em
busca de qualificação
e trabalho.