De auxiliar de serviços gerais à farmacêutica
A educação que
TRANSFORMA
POR TAMYRIS ARAÚJO === === FOTOS SANDRA KOBAYASHI
Quem vê Regina comandando uma equipe de 22 funcionários ao lado do filho Etore
Henrique, dividindo o tempo entre a farmácia em Lucélia e os netos, não sabe da sua
história de perseverança até o sucesso
Educação não
transforma o
mundo. Educa-
ção muda pes-
soas. Pessoas
transformam o
mundo”, afirmava o educador e
filósofo brasileiro Paulo Freire. E
exatamente isso aconteceu com
Regina Célia Takahashi Citeli que,
através da educação, buscou a
transformação, senão do mundo,
pelo menos de sua família. Como
auxiliar de serviços gerais, a far-
macêutica viu a oportunidade de
voltar a estudar e formar dois
filhos.
Quem vê Regina comandando
uma equipe de 22 funcionários
ao lado do filho Etore Henrique,
dividindo o tempo entre a farmácia
em Lucélia e os netos, não sabe da
sua história de perseverança até o
sucesso. Nesta transformação, a
educação foi fundamental para a
mudança de vida da farmacêutica,
que conta sua história para a VOX.
Depois de se aventurar até
o outro lado do mundo, Regina
decidiu prestar concurso para
serviços gerais em uma faculdade
de Adamantina, em 2000. Nesta
época, o filho mais velho, Etore,
começava a cursar Farmácia.
“Prestei para esta função já que
fazia 20 anos que não estudava,
não sabia quanto era dois vezes
dois. Não adianta tentar agarrar
em cima se ainda está em baixo”,
brinca. Mas, com problemas no
concurso, a adamantinense só foi
chamada para exercer a função
em 2003, que segundo ela, foi
quando iniciou a transformação
de sua vida.“Sabia que funcioná-
rios da faculdade tinham direito
a bolsas de estudo e, pensando
em qualificar meus filhos prestei
o concurso. Mas, nunca imaginei
que voltaria a estudar”, conta.
Quando começou a trabalhar,
faltavam apenas seis meses para
seu filho se formar, assim resol-
veu também cursar Farmácia.
“Se me perguntar o que me fez
prestar vestibular não sei até hoje,
mas agradeço a Deus por ter me
dado essa oportunidade”. Regina
iniciou a faculdade aos 42 anos,
juntamente com a filha que cursou
Engenharia Ambiental.
Ela explica que optou por Far-
mácia vislumbrando oportuni-
dades melhores para a família.
“Sonhava que um dia meu filho
pudesse comprar uma drogaria
e, assim ajudá-lo. O que se con-
cretizou”.
Trabalhar e estudar. Para dar
conta do recado, ela afirma que
não faltaram persistência, força
de vontade e determinação. “Era
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