REVISTA VOX - 7ª Edição

(VOX) #1
Próxima de completar 50 anos de carreira, a
artista plástica, escritora e poeta Leonice Pesci
Vidotto revela histórias da infância e desvenda as
sutilezas que envolvem suas produções artísticas.

POR LUIS GABATELLI === === FOTOGRAFIA SANDRA KOBAYASHI

s cores dos qua-
dros e as entre-
linhas das po-
esias expõem
a personalida-
de de Leonice
Pesci Vidotto. A
artista, que desde 1970 trabalha com
artes plásticas e literatura, tem Osval-
do Cruz como seu local de produção.
Porém, é no exterior que encontra o
reconhecimento literário.
43 anos depois de ter publicado
seu primeiro livro, “Amar é isso”, so-
bre a relação de sofrimento de enfer-
mos e familiares, a escritora e pintora
relevou que necessita publicar sua
oitava obra literária em breve, porque
sente que sua “alma está mofando
na gaveta”.
A artista prefere ser chamada
de ‘Léo’. Casada, mãe de uma filha
já adulta, a poeta afirmou que sua
carreira se mistura numa complexa
relação consigo mesma e com sua
família.
“Infelizmente não tive no meio
familiar algo favorável. Meus pais
não sabiam o que acontecia comigo,
porque era uma filha diferente. Eles
perguntavam por que eu era tão
questionadora, pois isso os incomo-
dava”, relevou Leonice.
No entanto, aos 7 anos, ela des-
cobriu o dom de desenhar, quando


A


pegava os carvões do pai e trançava
os primeiros rabiscos. Aos 14 anos, a
poesia e a escrita passaram a fazer
mais sentido na sua vida.

Produção
Em sua vida, Leonice leu diversas
obras e tem uma admiração maior
pelo escritor libanês Khalil Gibran
(1883-1931). Entretanto, ela afirmou
que “jamais quer se influenciar pelo
pensamento ou atitude de alguém”,
bem como não se deixou levar por
qualquer corrente artística.
“Não sou uma pessoa acadêmica.
Não estudei arte ou pintura. Desen-
volvi meu dom por natureza e vonta-
de de fazer aquilo, produzindo aquilo
que pensava ou sentia, fazendo um
questionamento social através da
minha obra”.
A escritora relevou que é avessa
a computadores e prefere escrever
suas poesias “no papel sulfite para
não estragar a emoção”. Já a ins-
piração vem a qualquer momento,
por isso ela sempre carrega consigo
uma caneta, independente do local
onde esteja.
Sobre as pinturas, Leonice disse
que há obras que produziu em até 4
dias com lápis e cartolina. No entanto,
houve uma que ela demorou 3 anos
para pintar e uma clássica que está
trabalhando há 20 anos.
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