REVISTA VOX - 5ª Edição

(VOX) #1

e acreditou que tinha potencial
para participar do Miss Festival
do Japão, que acontece anual-
mente em São Paulo e é consi-
derado o maior evento da cultura
japonesa da América Latina. “Eu
fiquei na dúvida mas ao mesmo
tempo curiosa”, comenta.
Liene passou pelo processo
seletivo, como outras 200 me-
ninas, se inscreveu e mandou
suas fotos para participar do
Miss Festival do Japão. Foram
selecionadas 16 mestiças para
participar do concurso e Liene
estava entre elas. “Chegando lá,
tinham várias meninas que já
havia ganho outros concursos
regionais e por isso estavam ali
concorrendo um título maior,
e eu não tinha título algum. O
jurado era composto por donos
de agências, responsáveis pelo
fashion week, representantes
de Nova Iorque, Tóquio e China.
Eu nem acreditei quando venci
o concurso em primeiro lugar”,
relembra.
Foi neste momento que as
portas se abriram para ela. “Pois
até então não imaginava que eu
fosse ser modelo”. Como prê-
mio, ela ganhou vários cosmé-
ticos, dois meses de academia,
tratamentos estéticos e uma
passagem de ida e volta para o
Japão. Rindo, Liene relembra que
a passagem para o Japão foi o
único prêmio que ela usou.
Havia um dono de agência
do Japão que estava no Brasil e
Kendi Yamai o apresentou a Lie-
ne. Seus pais a acompanharam
na entrevista, até mesmo porque
o pai Milton Ura, fala japonês e
então eles poderiam conversar
melhor. O dono da agência gos-
tou tanto da adamantinensse que
nem mandou suas fotos para a
agência daqui aprovar, ele já quis
assinar contrato. Ela confiava
muito no Kendi pois neste mo-
mento já haviam desenvolvido
uma amizade sincera que se


perdura até os dias de hoje. Liene
lembra que quando perguntaram
a ela se queria ser modelo no Ja-
pão, ela não pensou duas vezes
e disse que sim, pois seu sonho
era morar fora do Brasil. “Sai
de lá com o contrato assinado
e já começaram a providenciar
toda a minha viagem e foi ai que
minha mãe me perguntou: Você
está ciente de que você está indo
para o Japão? A ficha então caiu”,
recorda.
Quatro meses depois Lie-
ne e sua mãe, Lira Neves Ura,
embarcaram para o Japão, Lira
ficou com a filha por um mês, a
acompanhou e apoiou para poder
conhecer a agência, se instalar
e verificar se não havia nada de
errado.
“Eu sei que meus pais foram
muito criticados por me deixa-

“Chegando lá, ti-
nham várias meninas
que já havia ganho
outros concursos
regionais e por isso

estavam ali con-
correndo um título
maior, e eu não tinha
título algum”,
Liene Yurie Ura Aricio
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