REVISTA VOX - 5ª Edição

(VOX) #1

não desisto e por isso conseguimos
manter essa tradição”.
Os ensaios acontecem cons-
tantemente, sempre sob a orien-
tação de Yuske. Para incentivar o
canto, o patriarca construiu uma
sala de karaokê na residência da
família, com som, TV e os apare-
lhos adequados.
Todos participam de compe-
tição e são destaques, como no
‘Paulistão’ e ‘Brasileirão’, cada um
em sua categoria. Na casa dos
Miyamura, mais de 200 troféus
conquistados são expostos com
orgulho. “Cada troféu representa
uma conquista. Desde os menores
até os mais velhos, todos partici-
pam e conquistam prêmios”, conta
com satisfação.
Entre as principais dificuldades
enfrentadas como chefe de famí-
lia, Yuske destaca o despertar o
interesse do karaokê nos jovens.
“Manter as crianças e jovens pró-
ximos das origens japonesas nem
sempre é tão simples. Muitos só
querem saber de tecnologia. Mas


com persistência e união, conse-
guimos”.
Os Miyamura cantam em con-
cursos e outros tipos de eventos,
e sempre fazem sucesso pela
união familiar e dons musicais.
Yuske começou a cantar em 1958
e subiu ao palco para competir
pela primeira vez em 1960. Em
Adamantina, ele já cantou em
festas no ATC, bailes e no grupo
Alelux, formado por japoneses
que apresentavam músicas de
origem. “Hoje as coisas são bem
mais fáceis. Temos vários CDs para
ensaiar, mas antigamente era tudo
no instrumento e dependíamos de
uma banda”, recorda.
“Tenho orgulho da minha fa-
mília e não meço esforços para a
tradição japonesa continuar viva
por gerações”.
Acrea – Os japoneses contam
com a Acrea (Associação Cultural,
Recreativa e Esportiva de Adaman-
tina) que desenvolve atividades
sociais, esportivas e culturais aos
descendentes.

De acordo com o atual presi-
dente, Shoiti Shimoda, o karaokê
faz parte das programações desde


  1. Acontecem concursos regio-
    nais cinco vezes ao ano da Liga de
    Karaokê da Alta Paulista, em que
    japoneses de toda região se reú-
    nem em Adamantina para cantar
    músicas tradicionais e manter viva
    a cultura oriental.
    Hoje a cidade conta com mais
    de 20 cantores. Para incentivar e
    ensinar as crianças apaixonadas
    pela música, duas vezes por mês
    o professor de Dracena, Márcio
    Kuwada, fica à disposição das
    famílias descendentes.
    Além disso, as mulheres par-
    ticipam do Fujinkai, danças tra-
    dicionais japonesas. Elas surgem
    impecáveis no palco, dentro de
    quimonos, para mostrar as coreo-
    grafias muito bem ensaiadas.
    “Em Adamantina a cultura ja-
    ponesa está viva por meio de cada
    oriental que transmite a tradição
    familiar às gerações”, ressalta
    Shimoda.


Concursos de karaokê reúnem descendentes de toda a região na Acrea
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