onquistar espa-
ço no concorrido
mundo da música
não é para muitos.
Na música clássi-
ca, então, se torna
ainda mais raro.
Entretanto, quando o talento fala
mais alto e o esforço e a paixão são
levados a sério, a combinação é
certa – sucesso.
Glauber Rocha de Oliveira Garcia,
27 anos, violonista. O jovem, que
leva o nome de Lucélia para o mundo
é orgulho para a cidade, considerado
um dos expoentes da nova geração
de violonistas brasileiros.
Sempre incentivado pelos pais
José Carlos Aleixo Garcia e Vera
Lúcia, Glauber iniciou seus estudos
musicais no piano com 5 anos, aos
12 passou a estudar violão com
o professor Aparecido Dias dos
Santos.
Graduou-se em 2009 pela Uni-
versidade de São Paulo, tendo como
orientador o professor Edelton Gloe-
den. No mesmo ano, em sua primeira
participação em concursos interna-
cionais, obteve por unanimidade o
primeiro prêmio no ‘Agustin Barrios
World WideWeb’.
Como camerista e concertista
vem apresentando-se em salas
importantes dentro e fora do país,
tais como Kleiner Konzertsaal, Carl-
-Orff-Saal e Black Box no Gasteig
em Munique, Teatro Nacional de
C
Asunción, Teatro Municipal de
Cartago- Costa Rica, Instituto Cer-
vantes de Munique, Conservatório
Felgueiras - Porto em Portugal,
MASP, Anfiteatro Camargo Guarnieri
(USP), Sesc Pinheiros (SP), Teatro
Rondon Pacheco em Uberlândia,
Teatro da Urca em Poços de Caldas,
Teatro Municipal de Presidente
Prudente, Auditório Onofre Lopes
(UFRN), Teatro do Conservatório
Pernambucano de Música, Teatro
da Universidade da Paraíba, Sesc
Vila Mariana (SP), Teatro Minaz em
Ribeirão Preto, Teatro Municipal de
Araraquara, entre outras.
Em 2008, participou do 1º Festi-
val Internacional Leo Brouwer (SP),
quando teve a honra de trabalhar
com o consagrado violonista, com-
positor e maestro Leo Brouwer, in-
tegrando o grupo que fez a primeira
audição no Brasil de ‘Los Negros Bru-
jos se Diverten’ do mestre cubano.
Após se formar em 2009, o jo-
vem músico continuou os estudos
em São Paulo por um ano e, ao mes-
mo tempo, fez concertos e festivais.
Em 2010 retornou para Lucélia, onde
ficou por alguns meses estudando
e, claro, aproveitou para fazer reci-
tais na região. No mesmo ano, foi
convidado para ser o concertista
internacional no primeiro festival de
guitarras da cidade de Cartago, na
Costa Rica, próxima a atual capital,
San José. “Foi uma experiência incrí-
vel, uma oportunidade única logo no
início da carreira”, ressalta.
Durante esse período, Glauber
tentava uma bolsa de estudos para
Alemanha, mas em 2010 não con-
seguiu.
2011 foi o ano das realizações
para o jovem luceliense. “Tudo acon-
teceu de maneira perfeita, consegui
patrocínio para os seis primeiros me-
ses em Munique, com as economias
dos concertos e apoio dos familiares,
em junho fui para Munique fazer a
prova para entrar no mestrado. Para
minha alegria fui aprovado”, recorda.
Nos poucos meses que restavam
para o início das aulas, Glauber vol-
tou para o Brasil e teve a oportunida-
de de fazer concertos no Nordeste,
Campina Grande, Natal e Recife.
“Depois de concertos pelo Nordeste,
toquei pela primeira vez em minha
cidade, Lucélia, e fui definitivamente
morar na Alemanha, onde estou até
hoje, em Munique”. Atualmente, o
jovem retorna a ‘Capital da Amizade’
uma ou duas vezes por ano, para
rever familiares e amigos e, é claro,
dar uma ‘palhinha’ na região.
“Aqui tive experiências com a
música que jamais havia tido, nos
meus primeiros três meses em Mu-
nique, assisti concertos de Martha
Argerich, Daniel Barenboim, Grigory
Sokolov, Evgeny Kissin, John Eliot
Gardiner e Gidon Kremer. Bom, não
tem jeito melhor de começar um
mestrado em performance, tendo a
chance de assistir do lado de casa,
POR TAMYRIS ARAUJO === === FOTOGRAFIA ARQUIVO PESSOAL
Dono de um talento peculiar, jovem deixou o interior paulista aos 18 anos em
busca de conhecimento e espaço. Hoje faz sucesso participando de concertos ao
lado de renomados nomes da música
Glauber Rocha
Violonista luceliense conquista espaço
na música clássica