JornalValor--- Página 4 da edição"23/04/20201a CADA" ---- Impressa por ccassianoàs 22/04/2020@21:22:5 8
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Valor
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Quinta-feira, 23 de abrilde 2020
Brasil
IMPACTOSDO
CORONAVÍRUS
ContaspúblicasInvestimentoeminfraestruturarespeitarátetoouseráprivado
Guedes estabelece limites
para o “Plano Marshall”
FabioGraner
De São Paulo
O ministroda Economia, Paulo
Guedes, demarcou, em reunião
com seus colegas de Esplanada, os
limites paraum planode investi-
mentoeminfraestruturaparapro-
mover a recuperação da econo-
mia: manutenção e respeitoao te-
to de gastoseincentivo ao investi-
mentocomrecursosprivados.
Aideia de um grande programa
deinfraestruturacomrecursospú-
blicos paraopós-crise, quega-
nhou um apelidode “Plano
Marshall”(referênciaaoprograma
dereconstruçãodaEuropanopós-
guerra) e estava sendo construído
pelos ministrosTarcísioFreitas e
BragaNetto(Casa Civil), não conta
comapoiodaáreaeconômica,que
aponta as limitações fiscais, não só
dadaspelo teto,mas tambémpelo
crescenteendividamentodopaís.
O Valor apurou que Guedes,
nessareunião, ainda apontou o
que seria um usoinapropriado do
conceitodePlanoMarshall,quefoi
feitocomrecursosamericanos,en-
quanto aideia dos seuscolegas
apontaria para dinheirodo Orça-
mentobrasileiro,quenãoexistiria.
“Nãotem espaço fiscal paraalgo
dessetipo eparaanecessidadedo
país. A saída éosetorprivado”, dis-
seumafonte.“Teriaquederrubaro
teto”,acrescentououtrafonte.
Um grande problema, como
mostra oprojeto de Lei de Diretri-
zes Orçamentárias (LDO) de 2021,
éque oespaço paraoaumento de
investimentos já é estreito e será
ainda menornos próximos anos.
As despesas discricionárias(que o
governo podedisporlivremente)
serão poucosuperiores a R$ 100
bilhões, montante bastante aper-
tadoequepodediminuiradepen-
derdasdespesasobrigatórias.
E, com o teto de despesas valen-
doesendoaprincipalâncorafiscal
apósa derrubadavirtual da meta
de resultado primário, qualquer
alta de investimentodo governo
tomará espaçode outras despesas.
Paraosanosseguintes,asituaçãoé
aindamaisdramática.
Economistas de forado gover-
no, mas de corte keynesiano
(opostos àlinha da atual equipe
econômica)já defendiam um pro-
gramadessanatureza,queestáem
gestação no Ministério da Infraes-
truturaenaCasaCivil.Noiníciodo
mês, em entrevista aoValor, o ex-
ministro da FazendaNelsonBar-
bosa sugeriuum plano de 1% a
1,5%doPIB.OeconomistaJoséLuis
Oreiro, da UnB, em recente nota
técnicapropõetambém um forte
aumentodo volume gasto públi-
co,emespecialdeinfraestrutura.
Uma das minutas do “Plano
Marshall”em gestação não envol-
veriaum volumedescomunalde
recursos.Seriam cerca de R$ 30 bi-
lhões em infraestrutura, ao longo
de três anos, começando em 2020,
se acrise assimpermitir.Amaior
partedessesrecursosiriaparaos e-
tor rodoviário, commais de R$ 20
bilhões,seguidodoferroviário.
Quandose olhaanecessidade
do país,que nosúltimosanosnão
temconseguidosequerreporade-
preciação dos investimentos feitos
no passado pelosetor público,de
fato émuito pouco. Até porque,
frise-se, aintenção quese teria na
Casa Civil ena de Infraestrutura
era algoque realmentepudesse
mobilizararecuperaçãodaecono-
mia egeração de empregos, oque
omenode0,5%doPIBcolocadono
Power Point do ministro Tarcísio
poucopodefazer.
Por outrolado, do pontode vis-
ta fiscal,pode ser difícilencontrar
espaçopara mais R$ 30 bilhõesde
investimentos. É nessarubrica que
o governotem concentradoseus
ajustesparacumprirolimitecons-
titucional de despesas, que conti-
nua valendoneste anoe,por ora,
tambémnos próximos.Naprática,
Fonte:GS1Brasil.* Demissões,reduçãode horas,etc
Impactodapandemianaindústria
Pesquisa feitaentre 6 de 15 de abril
Quaisos efeitosda crise na empresa- %
Tiveram reduçãode faturamento
Tiveram reduçãode pedidos
Adaptarammão de obra*
Adiaram pagmento de fornecedores
Renegociaramcontratos
Recorrerama empréstimos
85
83
71
48
42
35
O quea empresapretendefazernos próximos30 dias- %
Reduzir a produção
Demitir funcionários
Diversificarcanaisde vendas
Diversificara produção
Readptarprocessos produtivos
Encerraras atividades
Nenhuma mudança
53
38
38
28
20
13
12
significaria que outros investi-
mentos ou despesas teriam seu es-
paçocorroídoporessenovogasto.
Em entrevistacoletiva parafalar
sobre o paralisado programa de
privatização, o secretário especial
de Desestatização, Desinvestimen-
tos eMercados, Salim Mattar, clas-
sificou como “embrionário” o su-
posto “Plano Marshall”. “O Minis-
tério da Economia estáelaboran-
do um plano de buscade investi-
mentoatravés do privado,já queo
Estado não tem dinheiro”, disseo
secretário.Elenegouqueaexistên-
cia de dois planos de retomadade
matizesdiferentesdemonstrefalta
de coordenaçãona equipe de go-
verno.“Éademocracia.”
Apesar de o Estadoestar sendo
usadofortementeno combatea
essa crise, Salimvoltou a pregar a
reduçãodo seu tamanho. Para ele,
talvez sejaomomentode fazer
uma “discussão maiorsobre enxu-
gamento do Estado”, com uma re-
flexão inclusive sobre avendade
estatais que hoje estão fora da lista
de desestatizações. “Eusempre fa-
lo: ‘Caixa, BB ePetrobras não serão
privatizadas’. Ok, eu sempredizia
isso. Essa crisedo coronavírus vai
fazercom que nós tambémtenha-
mos que fazer algumas reflexões
sobreessasempresas”,disse.(Cola-
boraramLu AikoOtta, MarianaRi-
beiroe Daniel Rittner)
Faturamento caiemmaisde80% daindústria emabril
AnaConceição
De São Paulo
Em abril,poucomaisde um
mês apóso primeiro caso de co-
ronavírusno Brasil,maisde 80%
da indústriade transformação
registrouqueda de encomendas
efaturamentoe71%readequoua
mão de obravia reduçãode jor-
nada, fériascoletivasou demis-
sões. É o que mostrauma pesqui-
sa realizada pela AssociaçãoBra-
sileiradeAutomação-GS1Brasil.
Olevantamento, realizadoen-
tre os dias 6 e15deabril, mostra
que 85% das empresasconsulta-
das tiveram reduçãono fatura-
mento. Entreessas, 76% tiveram
reduçãode maisde 20% na recei-
ta, consequênciada queda das
encomendas,registradapor 83%
das companhias.Apenas11% ti-
veram aumentode pedidose 7%
aindanão teve alteraçãonoseu
fluxodedemandasdomercado.
O estudoaindamostrouque
48% adiaram pagamento de for-
necedorese 35%recorrerama
empréstimos.Recorrera crédito
vem sendoumadas alternativas
que as empresas lançammão pa-
ra não fecharas portas, segundo
a entidade.Citandoo Sebrae, a
GS1aponta que empresaspe-
quenas de São Paulo, por exem-
plo,têmapenas12diasdecaixa.
“Renegociação —de contratos
comfornecedores,de dívidase
com trabalhadores—tem sido a
palavra de ordemdas empresas
neste momento”, afirmaMarina
Pereira,gerentedepesquisaede-
senvolvimentodaGS1Brasil.
Entreas medidasparareade-
quaçãode mãode obra, a mais
utilizadatêm sido as fériaspara
partedo pessoal,com35% das
empresasadotandoesse expe-
diente. Ajustede carga e horário
temsidoutilizadapor15%.
SegundoMarina,a pesquisa
será mensala fim de acompa-
nharo impactoda criseno dia a
Programamira retomada e
quer estar pronto atéoutubro
Fabio Murakawa, Andrea Jubé
e Rafael Bitencourt
DeBrasília
O ministro-chefeda Casa Civil,
Walter Braga Netto, anunciou
ontemo programa “Pró-Brasil”
paradar “sinergia” às diferentes
açõesque estãosendoadotadas
isoladamente pelos diferentes
ministérios em resposta àcrise
econômicadopaís.
O plano foi anunciado no Pla-
naltona presençade outros cinco
ministros.Porém,em meio aru-
moresde quehá insatisfaçãona
equipe econômicacom aalta dos
gastospúblicos, ninguémdo Mi-
nistériodaEconomiaparticipou.
SegundooministrodeInfraes-
trutura, TarcísioFreitas,oPró-
Brasilprevê R$ 30 bilhõesde in-
vestimentospúblicoseR$250bi-
lhõesem contratosde conces-
sõesàiniciativaprivada.
Ele havia apresentado oplano
para a CasaCivil na semanapassa-
da, com 70 empreendimentos, na
área de transportes, com projetos
de engenharia e licenciamento
ambientalemfaseadiantada.
O ministroreiterouque leilões
de concessõesserãopublicados
no fim do ano,que obrasnão pa-
raramnopaísequeofocoégerar
maisde1milhãodeempregos.
O programaPró-Brasilfoi divi-
didoem duasvertentes,Ordem
(voltadoà segurançajurídicapa-
raconcessões)eProgresso(obras
cominvestimentospúblicos).
“Vamosdar continuidadeao
que já estava funcionando, como
o vigorosoprogramade conces-
sões”, disse.“Nãovamosdar ne-
nhumapiruetafiscal,nenhuma
cambalhota”, explicouo minis-
tro, defendendoa necessidade
de “pensarno dia seguinte”àcri-
sedocoronavírus.
“O programa visa aprimorar
açõesestratégicasparaaretomada
do crescimentoem respostaaos
impactosque oBrasil sofreu devi-
doàpandemia”, disseBragaNetto.
Ele disseque onovo programa
federal buscaráum modelo de go-
vernança, produtividade, medidas
estruturantes e investimentos. Se,
porumlado,haveráumestímuloà
economiacom a melhoria de am-
biente de negócios, por outro,se-
rão reforçados os investimentos
emobraspúblicas,disseele.
Braga Nettoafirmouque o
programaserá estruturado entre
maioejulho. Já o detalhamento
será finalizadoentreagostoese-
tembro.Aexpectativa,segundo
ele, é de que a implantaçãodo
programa, “em larga escala”,
ocorraapartirdeoutubro.
O ministro negouque o gover-
no esteja discutindo um “Plano
Marshall” —apresentado pelos
EUA para a reconstrução dos alia-
dos na Europa apósa Segunda
Guerra. Segundoele, oque existe é
um “PlanoBrasil”.“Issoaqui não é
um programade recuperação eco-
nômica, ele é de crescimentosó-
cio-econômico, é paratoda a in-
fraestrutura que foi abarcada ou
atingidapelocoronavírus.”
Questionado sobrea ausência
de Paulo Guedes, BragaNettone-
gou que ocolegatenhaficado
contrariadocomoplano.
Fonte:ReceitaFederal.*valoresatualizadospeloIPCA
Primeirossinais
Arrecadaçãocai em março e empresasbuscamcompensação tributária
Arrecadaçãofederalem março,em R$ bilhões*
50
70
90
110
130
150
0,21%
foi a variaçãoreal
da arrecadação no
primeiro trimestre
de 2020, somando
R$ 401,1bilhões,
anteigual período
de 2019
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
105,
116
127,
116,7 118,9 119,
111,
109,
114,4 113,
109,
Resultadodas principaisreceitasem marçode 2020,
Receitaprevidenciária
Imposto sobre a renda (total)
Cofins
CSLL
PIS/Pasep
Em R$ bilhões
32,
30,
16,
5,
4,
Variaçãoantemarçodo ano passado*,em %
-4,
3,
-17,
-2,
-12,
53,4%
foi a alta no volume
de compensações
tributáriasem
marçode 2020,
paraR$ 11,
bilhões, anteigual
mêsde 2019
Arrecadação tem queda real de 3,32% em março
Lu Aiko Otta,MarianaRibeiro
e AnaïsFernandes
De Brasíliae de São Paulo
O impacto da pandemiado no-
vo coronavírusna arrecadação tri-
butária deve ficarmais claro apar-
tir de abril, mas os números de
março já trazem indicaçõesdo
choque. No mês passado, quando
tiveram início medidasdeisola-
mentosocialeparalisaçãodeativi-
dades, a arrecadaçãofederalde
impostos caiu 3,32%, antemarço
de 2019, já descontada a inflação,
informouontemaReceitaFederal.
O resultado, que somou
R$ 109,7 bilhões, éopior para um
mêsdemarçodesde2010,quando
foramarrecadados R$ 105,7bi-
lhões.Comodesempenhonomês,
o recolhimento no primeiro tri-
mestre desteano atingiu R$ 401,
bilhões, um avançoreal de apenas
0,21%nacomparaçãocom2019.
Considerando somenteas recei-
tas administradaspela Receita, a
somafoi de R$ 107,4 bilhões em
marçoedeR$383,5bilhõesnopri-
meiro trimestre, quedas reaisde
3,67%ede 0,53%ante os respecti-
vos períodosde 2019. Já a receita
própriade outros órgãosfederais
—que inclui dados de royalties de
petróleo,por exemplo —foi de
R$ 2,3 bilhões no mês passado,au-
mento real de 16%ante março de
- De janeiroamarço, atingiu
R$17,7bilhões,oquecorresponde
a uma alta de 19,7% em relação ao
mesmoperíodode2019.
Aarrecadação de março refletiu
odesempenhodeindicadoresma-
croeconômicos, de acordo com o
auditor-fiscal Claudemir Mala-
quias, chefe do Centro de Estudos
Tributários eAduaneiros. Houve
queda de 0,51% na produção in-
dustrial de março, em relação a
igualmês de 2019, e de 0,7% nas
vendas de serviços. Poroutro lado,
acomercialização de benssubiu
3,3%, amassa salarial nominal au-
mentou9,8%eovaloremdólarnas
importaçõescresceu17,8%.
Malaquiasexplica, no entanto,
que o impacto da crise nos núme-
ros ainda é parcial porqueaarre-
cadaçãode março inclui fatosge-
radores de tributaçãode feverei-
ro,quando os efeitos da pande-
mia na atividadeainda não eram
marcantes. Mas os números do
fisco já traduzem, por exemplo,
como empresasreagiram àpers-
pectiva de perda de liquidez.
As compensações tributárias
somaram R$ 11,7 bilhõesnomês
passado,uma alta de 53,43%na
comparaçãocommarçode2019.
Desconsideradoessefator não
recorrente, teriasido registrada
estabilidadenas receitasadmi-
nistradas.Compensações tribu-
táriassignificamo uso de crédi-
tos parapagamentode tributos
vincendos —as empresas podem
usarcréditosgeradospelopró-
prio sistemade recolhimento de
tributosdevidosàReceitaou re-
sultantesdeaçõesjudiciais.
“Asempresasjá estavam na imi-
nência de um períodode agrava-
mento de fluxo de caixa, de perda
de liquidez, de incapacidade de
honrar seus compromissos”, disse
Malaquias. “O acréscimo das com-
pensações tributárias podeter si-
do decorrentedesse comporta-
mento,de as empresaslançarem
mão de um direito delas em razão
dosentimentodequeteriamaper-
tonofluxodecaixa”, afirmou.
Malaquiasreforçouque a arre-
cadaçãonoiníciodoanomostra-
va umaatividade em crescimen-
to. “Nãotemosdúvidade que o
desempenhoda atividadeeco-
nômicaestava em ritmo crescen-
te até oadventorecente”, disse
emreferênciaàcrisedacovid-19.
Paraabrilemaio,aprevisãoéde
queda na arrecadação tanto pelo
choque negativo da pandemia na
atividade quanto pelas medidas
anunciadaspelo governo para so-
correr empresas, já que algumas
envolvemo adiamentode tribu-
tos. SegundoaReceita, os impac-
tos negativos na arrecadação se-
riamde R$ 20 bilhões no caso do
Simples Nacional, de R$ 9,8 bi-
lhões no PIS/Pasep, de R$ 35,1 bi-
lhões para a Cofinse de R$ 33,4bi-
lhões paraacontribuição previ-
denciária.JáoIOF,cujaalíquotafoi
zerada para operações de crédito
por três meses, teria um impacto
negativodeR$7bilhões.
O governo deixou de arrecadar
R$ 25 bilhõesno primeiro trimes-
tre devidoa desoneraçõestributá-
rias.Em2019,abriumãodeR$24,
bilhõesno mesmoperíodo. Ape-
nasemmarçodesteano,desonera-
çõessomaramR$8,4bilhões.
Curta
Construçãosofre mais
Reduçãodademandaeparali-
saçãodasatividadessãoosprinci-
paisfatoresquecontribuempara
queempresáriossintamcomforça
osefeitosnegativosdacrisedono-
vocoronavírusnosseusnegócios,
apontapesquisadoInstitutoBra-
sileirodeEconomia(Ibre/FGV).
Responsávelpelastradicionais
sondagensmensaisdeconfiança
juntoaconsumidoresesetores
produtivos,oIbreincluiunoseu
levantamentodeabrilperguntas
adicionaisparamedirosimpactos
dapandemia.Foramconsultados
1.731consumidorese2.987em-
presasaté17deabril.Grandepar-
tedascompanhiasdisseperceber
osreflexosnegativoscausadospe-
lacrise,masoimpactonegativo
oumuitonegativoregistrourelato
maior(94,3%)nosetordeconstru-
ção.Emseguidaestãoasempresas
prestadorasdeserviços(91,7%),
principalmenteaquelasligadasa
alojamento,serviçosdetransporte
rodoviárioeobrasdeacabamento.
Nocomércio,ossegmentosmais
impactadostambémsãoveículos,
tecidos,vestuário,calçados,mó-
veiseeletrodomésticos,commais
de90%dasempresasdessesgru-
posafirmandoquesãoafetadas
negativamente.Entreasexceções,
relatamreflexospositivosseg-
mentosdealimentos,fabricação
deprodutosalimentícios,super-
mercados,fabricaçãodeprodutos
farmacêuticoseplásticoeserviços
daconstruçãoligadosahidráuli-
ca,ventilaçãoourefrigeração.
dia da indústriade transforma-
ção. Ela destacao percentual,
aindaque pequeno, de empresas
que tiveramaumentode fatura-
mento(11%)edeencomendas
(7%),algo que podeestarrelacio-
nadoa uma readequação de pro-
dução. “Algumas delaspassaram
a produziritenscujademanda
aumentoudurantea pandemia,
comomáscaras de proteção.A
crisepodeser um gatilhopara
queelassereinventem”, diz.Uma
sériede produtosvai ter sua de-
mandaelevadapor maistempo,
comoequipamentosdeproteção
individual eálcoolem gel. Além
disso,novos produtos devem
surgirde segmentosrelaciona-
dos,acreditaagerente.
Ela chamaatençãopara a bus-
ca de novasalternativasde ven-
dasutilizadaspelasempresas.Ao
ladodos tradicionaisrepresen-
tantesde vendas, usadospor 34%
das empresas,o WhatsApp apa-
rece em segundo lugar,com 31%
eredessociais,com8%. Essaé
uma realizadacada vez maispre-
senteespecialmenteparaain-
dústriademenorporte,dizaexe-
cutiva.Um dado preocupante,
contudo,éque34%dasempresas
dizemque não estãoconseguin-
do vender, mesmorecorrendoa
canaisalternativos.
As medidasque as empresas
vão tomarpara lidarcom a crise
nos próximos30 dias vão de re-
duziraprodução (53%delas),di-
versificar canaisde vendas(38%)
e demitir funcionários (38%).
13% das empresas afirmou que
podeencerraras atividades. “Os
próximos 30 dias serãovitaispa-
ra a manutenção dos negócios,
uma vez que com a circulação de
pessoasreduzida, as operações
diminuem, eoacessoaos produ-
tos e serviçosnão essenciaisfica
maisrestritos”,dizMarina.
Em março, o resultadodo Radar
Empresarial da GS1, que medeo
encerramento de portfólio de pro-
dutosda indústria de transforma-
ção aumentou de 12,3%emrela-
çãoafevereiro.“Issojáindicavaum
reflexo da crise causadapela pan-
demia”, Marina. Assim, em março
houve maisempresas encerrando
seu portfóliode produtos. Em 12
meses,háquedade 4%. ORadaré
um indicadorantecedente de fe-
chamentodeempresas.
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