Aero Magazine - Edição 311 (2020-04)

(Antfer) #1

MAGAZINE 311 | (^15)
PRIMEIRO CHOQUE
DO PETRÓLEO (1973-1974)
Irritados com o apoio militar dado pelos Estados Unidos e seus aliados europeus
a Israel durante a Guerra do Yon Kippur (outubro de 1973), os governos
árabes pressionaram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo
(OPEP) a impor um embargo de vendas e uma elevação das cotações do óleo
cru. Em quatro meses, o preço do barril de petróleo
quadruplicou, o que levou a um encarecimento
repentino dos combustíveis de aviação: 59% nos Estados
Unidos e entre 68% e 156% no mercado internacional.
Os EUA entraram em recessão e o governo determinou
para o setor aéreo – que vinha crescendo rapidamente
nos anos anteriores – cotas de combustíveis equivalentes
a 95% do consumo de 1972. Dependentes do petróleo
importado, Europa e Brasil impuseram restrições
ainda mais severas. O resultado foi uma retração no
mercado e a busca frenética por eficiência energética.
A aviação geral passou a voar menos e mais devagar.
As grandes companhias aéreas deram preferência aos
grandes aparelhos de cabine larga, mais econômicos por
passageiro, enterrando os sonhos do voo supersônico.
ATAQUES DO 11 DE SETEMBRO (2001)
A partir dos anos 1970, casos de sequestros e ataques terroristas a voos comerciais levaram a avia-
ção mundial a implantar medidas de segurança no embarque de passageiros e bagagens. Isso não
impediu que, na manhã de 11 de setembro de 2001, quatro aeronaves fossem tomadas de assalto
por sequestradores e usadas como armas letais nos atentados às torres gêmeas de Nova York e ao
Pentágono. Ainda sem saber a dimensão do ataque em andamento, a agência norte-americana de
aviação (Federal Aviation Administration – FAA) expediu uma determinação inédita, cancelan-
do todas as decolagens e ordenando aos aviões em voo
no espaço aéreo dos EUA que pousassem no aeroporto
alternativo mais próximo. A medida foi estendida aos
voos internacionais e copiada por alguns outros países.
Por dois dias, boa parte da frota da aviação mundial ficou
parada no solo. A retomada foi progressiva nas semanas
seguintes, com redução no número de voos e a adoção
de medidas extremas de segurança nos aeroportos (que
logo se tornaram um novo padrão internacional). O setor
sentiu o baque, mas os temores de uma falência em série
de grandes companhias aéreas não se concretizou.

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