Aero Magazine - Edição 311 (2020-04)

(Antfer) #1

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DICAS
O que operadores e passageiros podem
fazer para evitar a disseminação
de doenças virais via transporte aéreo

A


pesar dos modernos sistemas de
filtragem, a OMS adverte que
a contaminação pode aconte-
cer a bordo de voos de linhas aéreas
regulares quando se está próximo de
uma pessoa infectada, particularmente
de um passageiro que esteja tossindo
ou espirrando. E essa possibilidade,
ainda segundo a OMS, aumenta nos
casos em que a aeronave no solo esteja
com a APU e o sistema de ventilação
desligados, seja por questões ambientais
(como ruído) ou qualquer outro motivo

(por exemplo, um problema técnico de
qualquer ordem).
A OMS não tem ainda estudo
demonstrando o risco específico de
contágio do SARS-CoV-2 a bordo. Por
outro lado, na epidemia da SARS em
2003, os estudos consideraram esse
risco como muito baixo.
A recomendação da OMS é que
qualquer pessoa sintomática, ainda
que de modo leve, seja coriza, tosse ou
febre, adie sua viagem até o término
dos sintomas.

HIDRATAÇÃO
Uma vez a bordo é útil se
manter bem hidratado.
A umidade relativa do ar
nas cabines modernas é de
aproximadamente 20% (no
787 e no A350 chega a 25%) e
isso é praticamente a metade
da umidade com a qual nos
sentimos confortáveis. A baixa
umidade também acelera o
processo de desidratação por-
que há perda importante de
água pelos pulmões, que pode
chegar em ambientes muitos
secos a mais de um litro em 24
horas. Pelo mesmo motivo, o
café e o álcool são desestimu-
lados a bordo, porque atuam
como desidratantes.
Quando estamos hidra-
tados, produzimos muco que
cobre as vias respiratórias des-
de a orofaringe até o pulmão.
Esse muco é uma barreira
física contra o vírus, que não
consegue um bom contato
com a membrana das células
que pretende infectar. Além
disso, esse muco fica sendo
empurrado para fora das vias
respiratórias por pequenos
cílios que algumas células
têm, fazendo com que germes
e partículas que tenham
entrado na via respiratória
sejam expelidos. A produção
do muco cai quando estamos
desidratados, facilitando o
acoplamento do vírus à célula
com consequente entrada
do seu material genético no
interior da célula.
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