Aero Magazine - Edição 311 (2020-04)

(Antfer) #1

MAGAZINE 311 | (^27)
E A AVIAÇÃO
GERAL?
Veja os cuidados que devem
ser adotados por operadores
de aeronaves de pequeno porte
que estão próximos. Essa máscara
é mais apropriada para filtrar o
ar que é expelido e é pouco útil
para filtrar o ar que se respira. É,
portanto, principalmente, uma
máscara para evitar contaminar
outras pessoas.
Para quem tem acesso, a
máscara N95 é razoavelmente
confortável e oferece uma prote-
ção extra porque filtra nos dois
sentidos. Em ambos os casos, o
uso correto da máscara é obriga-
tório, caso contrário, ela se torna
mais infectante, pois o vírus nela
se fixará e, ao tocá-la, a pessoa se
contaminará. Então, antes de usar
qualquer máscara, deve-se lavar
bem as mãos ou passar álcool em
gel. Uma vez colocada, deve ser
bem vedada (quem usa barba não
conseguirá uma vedação perfeita).
Não se deve colocar a mão na
máscara e, quando da sua retirada
em definitivo para descarte, deve-
-se imediatamente, higienizar as
mãos mais uma vez lavando-as ou
com álcool em gel.
PILOTOS
Os pilotos poderão ter dificulda-
des com a fonia nesse caso. Em
aeronaves single-pilot, caso haja
desconforto, a segurança deve
prevalecer e, se todos os passa-
geiros estiverem com máscara,
um bom ajuste na ventilação
deverá reduzir muito o risco de
contaminação do piloto. Nas
aeronaves com dois pilotos,
pode-se deixar a fonia com um
e o outro adotar o uso de más-
cara, desde que a comunicação
entre eles não fique prejudicada.
Lembrando que vírus adora
umidade e, se a boca encostar
na máscara, a saliva será cami-
nho para passagem do vírus
pela máscara e daí ao microfone
que muitos pilotos encostam
com frequência nos lábios.
Em aeronaves sem controle
interno de temperatura, sendo
possível, embora desconfor-
tável e dispendioso, o voo em
altitudes menores deve ser
considerado uma vez que, a
grandes altitudes com baixa
temperatura, a atividade do
vírus aumenta. Não existem
trabalhos científicos com essa
orientação, todavia, na situação
atual de pandemia, em que
pouco ou quase nada se sabe,
qualquer medida que “pareça”
lógica pode ser considerada.
O neurocirurgião Allan
Zimmermann é piloto e
médico credenciado pela Anac
Na aviação geral, os sistemas de
ventilação têm diversos formatos
e, dependendo do modelo de
aeronave, podem facilitar a manu-
tenção do vírus em suspensão no
ar com consequente inalação caso
haja alguma pessoa contaminada
a bordo. É prudente, dentro do
possível, ajustar a ventilação das
aeronaves não pressurizadas para
que ocorra a maior troca possível
de ar a bordo. Também merecem
atenção os filtros de aeronaves
antigas e pressurizadas que, além
da baixa renovação do ar a bordo,
têm filtros que não são do tipo
HEPA, permitindo, pelo menos
em teoria, que o vírus circule.
Obviamente, a chance de con-
taminação aumenta com o tempo
de exposição. Qualquer voo longo
em uma aeronave não pressuri-
zada sem filtro HEPA, diante da
presença de alguém contamina-
do a bordo, pode terminar com
todos os passageiros e tripulantes
portando o SARS-CoV-2.
MÁSCARAS
Nesse cenário, idealmente, deve-se
considerar todos os passageiros e
tripulantes como potencialmente
contaminados e, nesse caso, a
medida minimamente adequada a
ser adotada na aviação geral seria
o uso de máscaras. É sabido que as
máscaras cirúrgicas convencionais
oferecem pouca proteção, todavia,
é consenso que é melhor utilizá-la
do que não utilizar, principalmen-
te porque quem está contaminado,
se estiver de máscara, reduzirá
sua chance de contaminar aqueles

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