Aero Magazine - Edição 311 (2020-04)

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APENASNODIA 24 DE
março,o pousoforçadodaaviação
regularlevouà paralisaçãodemais
de 660 aeronavesemtodoo mundo,
sendo 300 aeronavesdafamília
A320,poucomaisde 200 modelos
737,alémdeoutros 160 aviõesde
doiscorredores,sendo 60 modelos
daAirbuse outros 100 daBoeing.
Deacordocomdadosda
Cirium,a frotaglobaldeAirbus
A330,nodia 23 demarço(uma
segunda-feira),eradepoucomais
de 300 aeronavesemoperação,que
estavamcumprindoquase 600 voos,
o querepresentavaumaquedade
praticamente50%emrelaçãoaodia
16 demarço,umasemanaantes.Em
comparaçãocomo dia 25 demarço
de 2019 (tambémumasegunda-
-feira),o declínionousodomodelo
foide70%,o querepresentouuma
reduçãodequase80%nashorase
ciclosdiários.
Já a frotaativadoBoeing777,
consideradoo modelomaispopular
emvoosdelongocurso,nodia 22
demarço(domingo),eradeapenas
250 aviões,anteumtotalde 700
aeronavesemoperaçãonodomingo
anterior.Noperíododeumasema-
na,osdadosdaCiriummostravam

FROTA: APOSENTADORIAS PRECOCES
“Nem todos os aviões hoje parados voltarão a voar”

redução de quase um terço no
número de ciclos e horas de voo,
atingindo 1.200 ciclos e pouco mais
de oito mil horas voadas.
Analistas da consultoria
Vertical Research Partners estão
avaliando o impacto da crise gerada
pelo novo coronavírus na aviação.
A redução da demanda projetada
para os próximos dois anos deve
levar muitas companhias aéreas a
retirar de serviço a maior parte de
suas frotas de Boeing 747, 757 e
767, além da possível aposentadoria
precoce do Airbus A380. O gigante
europeu que já vinha sendo retirado
de operação por empresas como
Air France e Singapore Airlines,
incluindo alguns aviões com apenas
dez anos de uso, e deverá ver sua
carreira abreviada na maior parte
das companhias aéreas. Seu rival,
o já veterano 747-400, foi retirado
de serviço pela australiana Qantas
Airways e pela holandesa KLM no
mesmo dia, 29 de março. Coinci-
dentemente, ambos os voos finais
partiram da América Latina, o
da Qantas decolando de Santia-
go rumo a Sidney e o da KLM
partindo da Cidade do México com
destino a Amsterdã.

mais de

660
aeronaves
em todo mundo
sendo:

pouco
mais de
200
modelos 737
e mais

160
de dois
corredores

Pousoforçado


300
da família
A320,

24/03

O International Aviation Group,
que controla a British Airways e
Iberia, anunciou que possivelmente
não retomara as operações com os
31 Boeing 747 e dezesseis Airbus
A340 que compõem a frota do grupo.
“Após uma análise da evolução da
frota para o ano de 2020 é possível
que muitos aviões que foram sus-
pensos de maneira temporária não
voltem ao serviço. Estamos avaliando
quais dessas aeronaves serão aposen-
tadas”, disse William M. Walsh, CEO
da IAG
Além disso, com a retração
prevista pela IATA de 40% no tráfego
este ano, e gradual retomada da
demanda ao longo de dois anos, é
possível que, após a pandemia, os
modelos mais antigos do Airbus
A320 e Boeing 737 Next Generation
não retornem aos céus.
Antes da crise, os fabricantes pre-
viam um total de entregas de 8.300
novas aeronaves nos próximos anos.
A estimativa da Vertical Research é
que, após a pandemia, as companhias
irão precisar de 6.300 novas aerona-
ves, e a frota ativa não retornará aos
níveis de 2019 antes de 2025. Caso
confirmado, o efeito será bem mais
duradouro que o dos atentados de 11
de setembro, quando o setor aéreo
registrou um crescimento superior ao
de 2001 já em 2004.
A empresa de pesquisa e consul-
toria espera que as entregas da Airbus
fiquem 21% abaixo do previsto para
os próximos quatro anos (2020 a
2024), totalizando aproximadamente
1.012 aviões, enquanto a expectativa
é que a Boeing registre no período
uma redução de 26% nas entregas,
com a produção de 931 aeronaves. O
rápido retorno da demanda é previsto
somente a partir de 2023, quando po-
derá haver um crescimento na ordem
de 5%, o que tornaria possível atingir
em 2025 o mesmo patamar de 2019.
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