Aero Magazine - Edição 311 (2020-04)

(Antfer) #1

MAGAZINE 311 | (^37)
O MÊS DE MARÇO DE 2020
ficará para sempre na história.
Pela primeira vez, países inicia-
ram o fechamento de fronteiras
em cadeia, com anúncios quase
de hora em hora sobre a suspen-
são de voos e direito de ir e vir
de milhões de pessoas. A Itália
se tornou um caso especial no
mundo ao registrar um número
de fatalidades pela covid-19 que
rapidamente superou os dados
oficiais da China.
A Europa passou a restringir
o fluxo de pessoas, especialmen-
te por via aérea. A escalada do
pânico e a consequente pressão da
opinião pública levou o presidente
norte-americano Donald Trump
a decretar no dia 11 de março a
suspensão de todas as viagens da
Europa para os Estados Unidos.
A medida que entrou em vigor,
ironicamente em uma sexta-feira
13, teve validade inicial de 30 dias.
O anúncio ocorreu no mesmo dia
em que a Organização Mundial
da Saúde declarou como pande-
mia o surto de covid-19. “Vamos
derrotar o coronavírus, no maior
esforço da história moderna”,
anunciou Trump em discurso fei-
to do Salão Oval da Casa Branca.
Imediatamente, as empresas
aéreas dos Estados Unidos inicia-
ram uma revisão de seus planos.
No dia 16 de março, a American
Airlines suspendeu a totalidade de
suas rotas de longo curso, redu-
zindo em até 75% suas operações
internacionais. A Delta Air Lines
havia anunciado dias antes que em
resposta ao declínio da demanda
cortaria imediatamente 15% de
sua capacidade doméstica e em até
25% sua oferta internacional. “À
medida que o vírus se espalhou,
vimos um declínio na demanda
em todas as regiões e estamos
tomamos medidas para proteger a
posição financeira da Delta. Como
resultado, tomamos a difícil, mas
necessária, decisão de reduzir
imediatamente a capacidade”, disse
Ed Bastian, CEO da Delta.
A sul-americana Latam, no
dia 12 de março, anunciou a
redução de aproximadamente
30% da capacidade internacional,
afetando principalmente voos
da América do Sul para Europa
e Estados Unidos. Já no dia 2 de
abril, a empresa divulgou que
reduziria em 95% suas operações
durante o mês, sendo que, apenas
quatro dias antes, a empresa havia
suspendido quase totalmente seus
voos internacionais, mantendo
apenas os voos partindo de São
Paulo para Santiago, Miami e
Nova York. Ainda que em meio
a uma grave crise, a companhia
manteve a agenda e, no dia 1º de
abril, Roberto Alvo assumiu o
cargo de CEO do Grupo Latam
Airlines.
A Azul cortou todos os seus
voos internacionais, exceto os
que partem de Campinas, no dia
16 de março. A empresa também
implementou emergencialmente
medidas para reduzir o custo fixo
de suas operações, que represen-
ta em torno de 40% do total de
custos e despesas operacionais.
“Embora nossa principal priori-
dade continue sendo a saúde e a
segurança de nossos tripulantes e
clientes, continuamos focados no
ajuste da capacidade de acordo
com a variação na demanda e na
preservação de nossa posição de
caixa durante esse período de-
safiador”, disse John Rodgerson,
CEO da Azul.
No dia seguinte (17), a Gol
também suspendeu sua malha
internacional, até o dia 30 de ju-
nho, visando adequar a operação
ao novo cenário, especialmente a
queda da demanda e ao fecha-
mento de fronteiras. No mesmo
dia, a panamenha Copa Airlines,
que mantém uma importante
ligação entre a Cidade do Panamá
e praticamente todos os países das
Américas, emitiu um comunica-
O INÉDITO FECHAMENTO DE FRONTEIRAS
“Enfrentar o vírus será o maior esforço da história moderna”

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