Aero Magazine - Edição 311 (2020-04)

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CENTENAS DE INOVAÇÕES
desenvolvidas pela indústria aero-
náutica sempre foram empregadas
por diversos setores, como o auto-
motivo. Porém, com o avanço dos
casos graves em pacientes infecta-
dos pela covid-19, a capacidade dos
serviços médicos e das indústrias
ligadas ao setor hospitalar logo
atingiu sua máxima capacidade.
A necessidade de respiradores
artificiais se tornou emergencial em
todo o mundo, assim como más-
caras e itens de segurança pessoal
para equipes médicas.
A Embraer se uniu a empresas
e centros de pesquisas no país para
colaborar com tecnologias que
possam aumentar a disponibili-
dade de equipamentos médicos
no curto prazo. O fabricante
desenvolveu uma série de medidas
em conjunto com sua cadeia de
fornecedores, englobam a fabri-
cação de peças para a indústria
de ventiladores e respiradores. A
Embraer passou a trabalhar no
estudo para substituir componen-
tes importados para ventiladores,
no desenvolvimento de sistemas
de filtros de alta eficiência para

transformação de leitos regulares
em tratamento intensivo, além
de trabalhar no desenvolvimento
de respiradores simples, robus-
tos e portáteis visando à rápida
implementação e disponibilidade.
Em parceria com o hospital
Albert Einstein, em São Paulo, a
Embraer passou a trabalhar no
desenvolvimento de sistemas de
exaustão para controle biológico,
que pode converter leitos regulares
em áreas de tratamento intensivo.
A ideia é utilizar a tecnologia de
filtros de alta eficiência de absor-
ção de partículas de ar já existentes
nos sistemas de ar condicionados
das aeronaves para os hospitais
que precisam desse tipo de solução
de forma imediata. A Embraer está
dedicada à análise de fabricação
de válvulas de controle e sensores
de fluxo que permitam ampliar a
capacidade de produção de outra
indústria nacional de respiradores.
Já a Airbus passou a desenvol-
ver uma viseira especial para uso
das equipes médicas. O item consi-
derado fundamental para proteção
contra contaminação passou a ser
escasso no mundo, com a escalada

na demanda. O fabricante europeu
utilizou uma tecnologia própria
para criar um modelo em impres-
soras 3D. Parte de um complexo
instalado na Espanha passou a
produzir milhares de viseiras em-
pregando na manufatura aditiva.
“Da noite para o dia, passamos de
conceitos aeroespaciais a equipa-
mentos médicos. Isso realmente
faz a diferença na luta contra a
pandemia”, disse Alvaro Jara, chefe
da divisão aeroespacial da Airbus,
em Getafe, Madrid.
A Boeing também passou a
usar sua capacidade técnica em
processos de manufatura aditiva
para a fabricação de materiais
essenciais para ajudar aqueles
que estão na linha de frente do
combate ao coronavírus. As equi-
pes de engenharia também estão
dedicadas a buscar outras ma-
neiras de apoio por meio de suas
experiências em desenvolvimento,
fabricação e logística. Além disso,
o fabricante também colocou à
disposição das equipes de saúde
seus 747 Dreamlifter, considerados
um dos maiores transportadores
de carga do mundo.

TECNOLOGIA AEROESPACIAL NA MEDICINA
“Da noite para o dia, conceitos aeroespaciais viraram equipamentos médicos”
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