Aero Magazine - Edição 311 (2020-04)

(Antfer) #1

MAGAZINE 311 | (^55)
Aindaemjaneiro,
teveiníciouma
reduçãononúmero
de passageirosemrotasdee para
o Oriente.VoosparaEuropa,
OrienteMédioe Índiaaindase
mantiverammaisoumenosnor-
mais. Apósa segundaquinzena
de janeiro,a reduçãodepartidas
para aÁsia,emespecialparaa
China,começoua seacentuar.
Em fevereiro,começamosa vera
gravidadedasituação.Rotasde
tráfegoemconexão,quenormal-
menteeramcheiasdecidadãos
chineses,estavamcommenosde
metadedacapacidadeocupada.
Asrotasparaa Europaainda
continuavamcomrelativanor-
malidadeatéo finaldefevereiro.
No iníciodemarço,fizumvoo
ORIENTE MÉDIO
“Voos em
revezamento
para não
haver
pernoite”
para um país do Leste Europeu
com menos de um terço da ocupa-
ção, voo este que costumava ser
sempre lotado. Destinos europeus
e asiáticos que tinham duas ou
três frequências diárias passaram
a ter apenas uma frequência, e os
que eram diários passaram a ter
apenas algumas operações sema-
nais e, mesmo assim, com baixa
ocupação.
GUARDAS NO HOTEL
Na metade de março, os paí-
ses europeus oficializaram o
banimento de cidadãos de outros
países. Voos que fazíamos em
tripulação simples passaram a ser
feitos em tripulação de reveza-
mento, para não haver pernoite
nesses locais. Quando isso não
era possível, em vários países os
tripulantes eram proibidos de sair
do quarto do hotel, com guardas
em cada andar para garantir o
cumprimento dessa ordem.
Em outras cidades, como Hel-
sinki e Estocolmo, apesar de não
haver proibição de circulação, com
o fechamento de bares, restauran-
tes e pontos turísticos, na prática,
nem havia motivos para sair do
hotel. Em vários desses países,
havia medição de temperatura dos
tripulantes e passageiros na área
de imigração, questionamento dos
locais onde tínhamos estado antes
daquele voo; enfim, coisas que,
como tripulante, não havia ainda
presenciado em lugar algum.
No final de março, a coisa
degringolou de vez. A maioria dos
voos transportava apenas cargas
nos porões e, nos poucos voos
restantes, tínhamos aeronaves com
ocupações de apenas 10% a 15%
ou até menos. Muitos tripulantes
foram postos em folga e/ou férias.
Boatos falam em licença não
remunerada, mas não se fala em
demissão ainda.”
Piloto brasileiro de uma
empresa do Oriente Médio
pilotos
pediram para
não ter seus
nomes nem os
das empresas
para as quais
trabalham
divulgados

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