Aero Magazine - Edição 311 (2020-04)

(Antfer) #1

MAGAZINE 311 | (^59)
Um acordo foi
firmado em
março para evitar
demissões, com
afastamentos
temporários e
garantia de direitos
de mão de obra. São 40 mil traba-
lhadores diretos em todo o país,
sustentados por uma prestação
de serviços que remunera as em-
presas por serviços realizados. No
caso da natureza operacional dos
serviços auxiliares, o pagamento
só existe com voos atendidos.
Com aeronaves sem voar, as
entradas de recursos no caixa das
empresas era zero e assim seria
pelas semanas seguintes, talvez
meses, não era possível prever.
Trabalhando em conjunto com
as entidades dos trabalhadores,
firmamos um acordo na noite de
20 de março para evitar demissões,
permitir o afastamento temporário
de colaboradores com auxílio-
-alimentação, redução de jornada
de trabalho com redução de salário,
entre outros combinados. O obje-
tivo era permitir a sustentabilidade
das empresas, claro, mas dar um
olhar humanizado a tudo aquilo.
Começavam a surgir os pri-
meiros sinais do que a crise exigiria
de empresários e trabalhadores,
empresas e consumidores: empatia,
tolerância, solidariedade, otimis-
mo, esperança e fé de que tudo
vai passar. Havia a expectativa de
que os órgãos públicos editariam
alguma medida no sentido de pre-
servar o emprego. Ficamos atentos
para essa velocidade e também aos
acordos firmados pelas empresas
domésticas (Gol, Latam e Azul)
com os próprios colaboradores,
no sentido de que poderíamos ter
alguma referência à vista.
Mas, em meio à urgência e à
velocidade dos acontecimentos
e dos desdobramentos da crise,
tanto aéreas como governo
foram se manifestar oficialmente
somente dez dias depois sobre
nosso setor, vindo à tona o
amadurecimento dos sindicatos
laboral e patronal das “esatas”,
que é como chamamos as em-
presas de serviços auxiliares do
transporte aéreo.
Logo depois, os voos inter-
nacionais foram praticamente
paralisados e a malha aérea
doméstica foi reduzida a 10% do
volume de voos de antes. De 14
mil voos domésticos diários, fo-
mos para 1.241. Das 106 cidades
cobertas pela aviação brasileira,
passamos a voar para apenas 26
capitais, o Distrito Federal e 19
outros municípios.
Vale observar que o esforço
de mão de obra é o mesmo para
se atender um ou diversos voos
em uma determinada localidade.
Consequentemente, o atendimen-
to de um único voo se tornou
extremamente oneroso, em um
momento de crise e contrato
vigente entre operadores aéreos
e ground handling firmado com
cláusula de contraprestação por
atendimento/voo.

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