Aero Magazine - Edição 311 (2020-04)

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S


ão várias as aerona-
ves estacionadas nos
pátios de aeroportos
mundo afora, uma
cena triste para
aqueles envolvidos
com a indústria da aviação. Mas
nem tudo está parado. Existe
um segmento que não cessa suas
atividades, o transporte dos tra-
balhadores essenciais da indústria
de óleo e gás para as plataformas
ao largo da costa, os helicópteros
dedicados ao chamado offshore.

HELICÓPTEROS
No Brasil, são aproximadamente
cem helicópteros dedicados a
esta finalidade. A maioria opera
a partir da região de Campos,
no heliponto de São Tomé e no
aeroporto local de Macaé, ou do
aeroporto de Jacarepaguá, na
zona oeste da cidade do Rio de
Janeiro.
São quatro empresas princi-
pais, Líder Táxi Aéreo, Omni Táxi
Aéreo, CHC Helicopters e Aeróleo

Táxi Aéreo. Juntas, elas respon-
dem por mais de 90% da frota
alocada no segmento. A Petrobras
é a principal contratante, mas,
hoje, outras petroleiras como Shell
e PetroRio fazem companhia para
a gigante brasileira.
Neste período de isolamen-
to social, o transporte para as
plataformas sofreu uma redução:
as unidades offshore estão traba-
lhando apenas com o contingente
essencial, o que demanda menos
voos para troca de pessoal.
As empresas aéreas estão se
adaptando à situação, com vários
setores funcionando em home
office, deixando basicamente ope-
rações e manutenção no campo.
Problemas logísticos de transporte
de peças e equipamentos para os
helicópteros ainda não são senti-
dos. Mas, caso o isolamento social
seja mantido por mais tempo, tan-
to no Brasil como nos principais
países fornecedores (em particular
Estados Unidos e França) não está
descartada a possibilidade de que

faltem peças, causando a indispo-
nibilidade das aeronaves.
De um modo geral, embo-
ra com diminuição de voos, a
atividade offshore permanece
fornecendo apoio à indústria do
petróleo no litoral brasileiro.

AEROMÉDICO
As empresas petrolíferas também
mantêm junto às operadoras
contratos de fornecimento de ae-
ronaves aeromédicas. A principal
mudança causada pelo vírus foi
o aumento da utilização dessas
aeronaves, que, em situações nor-
mais, são acionadas apenas para
remoções causadas por acidentes
ou casos de saúde mais graves nas
plataformas. Agora, elas passaram
a ser utilizadas no transporte dos
colaboradores com suspeita de
contaminação pelo coronavírus.
As empresas operadoras
desenvolveram um protocolo de
remoção de pacientes sintomáticos
e com suspeita de contaminação,
com a desinfecção das aeronaves
após cada operação. Para os casos
mais brandos, podem ser utilizadas
aeronaves normais, sem instalação
aeromédica, que também são limpas
e desinfetadas após cada transporte.

ROTINA
Os operadores aéreos estão sedia-
dos em áreas submetidas às regras
de isolamento social. Assim, as
atividades administrativas foram
convertidas, dentro do possível, em
trabalho remoto. Outras atividades
mais ligadas à operação, como o
controle técnico de manutenção,
a engenharia e o setor de compras
e almoxarifado, funcionam em
condição mista, com parte dos
funcionários em casa e uma parcela
mínima nas bases operacionais
para apoiar a manutenção e a ope-
ração das aeronaves.

Uma frota com
cerca de cem
helicópteros atende
as plataformas na
costa brasileira
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