Elle - Portugal - Edição 369 (2019-06)

(Antfer) #1
FOTOS: FREDERICO MARTINS (1) UGO CAMERA (2)

ganhou uma estrutura de verdade (...) e a partir daí que tudo
começou à séria. Comecei a ter contacto com a imprensa,
comecei a estar presente em showrooms e, por isso, o público
começou a perceber melhor o que é a marca.»
Tudo corria de feição na Gonçalo Peixoto, mas, na universi-
dade, ir às aulas e cumprir com as datas de entregas de trabalhos
acabou por se tornar um verdadeiro desafio. O que fez com que
estes fossem «os três piores anos da minha vida. Porque tive de
conseguir conciliar as duas coisas. Por um lado, tinha aulas e
trabalhos para fazer, e, por outro, tinha a marca que não parava
de crescer. O que era ótimo, claro, mas muito difícil.» Como
resultado, acabou por se tornar «aquele aluno que entregava
tudo à última (por falta de tempo) e que só fazia o mínimo ne-
cessário para poder terminar o curso. Porque era uma faculdade
a full-time. Estava lá todos os dias, das 8h da manhã às 17h.
E depois só tinha três ou quatro horas por dia para me dedicar à
marca (...) Foram três anos nisto. Foi muito cansativo. Porque
preços és tu que fazes, estratégias és tu que fazes, comunicação
és tu que fazes. Uma marca não é só desenhar roupa. É muito
mais do que isso. Eu passo a maior parte do meu tempo com
o Excell aberto», ainda assim, «acabei a licenciatura nos três
anos. Não sei como, mas consegui».

DEPOIS DA TEMPESTADE
Hoje em dia, e apesar de ter poucos anos de vida, podemos
dizer que a marca Gonçalo Peixoto está bem estabelecida no
mercado. Mas tudo só aconteceu graças ao trabalho e à dedicação

es no mesmo
espaço),masporqueprecisamentenomesmoano em que
começavaesta nova fase da sua vida na ESAD (Escola Superior
de Arte e Design), decidiu lançar a sua marca.

O LANÇAMENTO DA MARCA
A primeira coleção completa Gonçalo Peixoto foi criada em
2015, quando o criador tinha apenas 18 anos. «Era uma coisa
que eu realmente queria fazer [lançar a marca]. Queria perceber
se era algo que funcionava», afirmou. Para este lançamento,
Gonçalo contou com a ajuda dos pais: «Ajudaram-me muito no
início, julgo que as minhas primeiras duas ou três coleções foram
construídas com a ajuda dos meus pais, porque o que aconteceu
foi que eu, aos 18 anos, tinha de cuidar de uma marca porque me
atirei para o mercado de trabalho. Felizmente as coisas correram
bem, e comecei a tornar-me mais independente. Até porque se
queria seguir em frente com isto, tinha de o fazer com o meu
próprio dinheiro. A marca tinha de ser sustentável, estruturada,
para que fosse viável (...), algo que aprendi com os meus pais.»
As coisas correram-lhe a favor, e dois anos após ter lançado a
marca não poderia estar melhor. «Quando investi na campanha
de Marrocos [a de primavera-verão 2017], decidi que aquilo
era o “ou vai ou racha” e correu superbem. E foi aí que a marca

ESTILO


)

coabitar comtanntaspersonalidades diferent

Imagens
de passerelle
e da campanha
da coleção
outono-inverno
2018/19.
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