peraturadoar,dorangerdastábuasdochão,dashoras
queo relógiomarcaquandonosroubamo coração,ou
o partem,ouo curamouo arrebatamparasempre.
Paramim,a partemaisdivertidadeescrevercan-
çõespopé conseguirjuntartodasessasrecordaçõesde
formaa criara cadênciamelódicamaiscontagiante
quese possaimaginar.É umdesafioquemefazsentir
realizada:criarmúsicaquejuntalembrançaspessoais
e pedaçosderealidade,numgénerodemúsicaqueé
universalmenteconhecidopor,enfim,seruniversal.
Geralmenteas pessoaspensamque,enquantocom-
positoresdecançõespop,devemosescrevermúsicas
quepossamfacilmentesercantadas,porissoassumem
queé precisosermuitogenéricoliricamente...Masna
verdade,as cançõesquerealmentetêmsucessosãoas
quetêmmaispormenores,masnãoao estilodesoneto
de Shakespeare(emboraeu gostetantode Shakespeare
comoqualqueroutrarapariga).Obviamente.
Nopopmoderno,as canções,os ritmos,as melodias
comsucessoglobalsãoos queincluemdetalhesextre-
mamentepessoaiscomo«Kiki,doyouloveme?»e
«Baby,pullmecloserin thebackseatof yourRover».
Noanopassado,durantea minhadigressão,ouviuma
multidãocantarapaixonadamenteemuníssonocom
umajovemcubanaquecantavasobre«Havana».
Sintoque,hojeemdia,as pessoasouvemmúsicaà
procuradeumaligaçãoe deconforto.Gostamosque
desabafemconnoscoe deouviralguémdizer‘Istofoi
aquiloporquepassei’comose fosseumaprovadeque
nósprópriosvamosconseguirultrapassarosnossos
dilemas.Narealidade,nãoqueremosquea música
popsejagenérica.Achoquemuitasdaspessoasque
gostamrealmentedemúsicaqueremumvislumbre
davidadonarrador,umburacoparaespreitaratravés
dasparedesemocionaisqueas pessoasconstroemem
tornode si própriasparasobreviver.Estaentradaparaa
históriadoartistapermite-nosrelacioná-lacoma nossa
própriahistória,permite-nosassociaraquelacançãoàs
nossaslembranças.É estaaliançaentreumacançãoe
as memóriasdomomentoqueelanosajudoua ultra-
passar,emquenosfezchorar,dançarouesquecertudo
o querealmenteconseguesuperaro testedotempo.
Tale qualumgrandelivro. T. S.
«GOSTODEUSAR
A NOSTALGIA COMO UMA
FONTE DE INSPIRAÇÃO.»