Valor Setorial - Energia (2020-04)

(Antfer) #1

de cem unidades consumidoras) em 27 municípios da
área de concessão da CPFL Piratininga, incluindo Santos
e Jundiaí. As usinas em Porto Feliz (1 MWp) e Araçoiaba
da Serra (400 kWp) produzem, em média, 165.000 kWh
por mês, que são fornecidos para clientes residenciais e
comerciais, que também não precisam instalar placas
fotovoltaicas nos telhados.
O modelo contratual é similar ao de TV por assina-
tura e o prazo mínimo de adesão é de seis meses, com
renovação automática mensal a partir desse período de
carência. “Nosso pacote é vendido pelo preço da distri-
buidora. O ganho financeiro está na ausência de taxa
das bandeiras tarifárias, o que pode significar uma eco-
nomia de 6% a 8% na conta”, explica o sócio Guilherme
Susteras. Mas os descontos podem ser maiores. O cliente
pode monitorar o consumo por meio da instalação de
um sensor no imóvel, que indica o consumo de energia


em tempo real. “Houve o caso de um cliente que reduziu
a conta em 25% ao identificar que a bomba da piscina
ficava ligada seis horas por dia. Um dinheiro que ia li-
teralmente para o ralo”, diz.
Além das fazendas solares, outra tendência que des-
ponta é o autoconsumo remoto a partir de usinas que
operam no teto da regulação atual (5 MW). A aposta do
Banco do Brasil, a primeira empresa de administração
pública a inaugurar uma usina de energia fotovoltaica
própria, é justamente essa. Além da planta em Portei-
rinha (MG), que já entrou em operação, a instituição
financeira prevê a entrada em operação de outras seis
usinas solares até o fim de 2021 nos Estados de Minas
Gerais, Goiás, Pará, Bahia e Ceará, além do Distrito Fede-
ral. “No total, as sete unidades (incluindo Porteirinha)
abastecerão 457 agências, com uma economia estima-
da de R$ 257 milhões nas despesas com energia em 15
anos”, diz o vice-presidente, Mauro Ribeiro Neto.
Uma das maiores produtoras privadas de energia
elétrica do país, a Engie tem apostado cada vez mais
na construção de usinas solares fotovoltaicas de maior
porte para fornecimento a grandes clientes, modelo
em que a própria Engie faz o investimento na planta
e assina um contrato de fornecimento de dez ou 15
anos. O consumidor paga somente uma mensalidade,
menor que a tarifa convencional de energia. O modelo
é conhecido como Build, Operate and Transfer (BOT).
“Existe nas grandes empresas, sobretudo as multi-
nacionais, uma conscientização em relação à descar-
bonização como critério importante na decisão da es-
colha da matriz energética. É nesse modelo de sistemas
maiores, mais complexos, com mais investimentos, que
queremos nos diferenciar”, diz Leonardo Serpa, diretor-
-presidente da Engie Soluções.
O executivo cita como exemplos de clientes redes de
farmácias, empresas de telecomunicações e bancos, se-
tores que podem fazer a compensação tarifária em várias
unidades. Em paralelo, a empresa também aposta em
condomínios solares, voltados a abastecer residências
e pequenos comércios, a exemplo do implantado em
2019 no município de Pompéu (MG).
Embora em ritmo menor, a geração centralizada
de energia solar fotovoltaica também avança, com a
entrada em operação de usinas de grande porte que
atendem o mercado regulado e são contratadas pelo
governo federal através de leilões. A fonte tem se mos-
trado cada vez mais competitiva. Segundo a Absolar, de
2013, quando foi realizado o primeiro leilão estadual,
em Pernambuco, até 2019, o preço médio do MWh
caiu de U$ 103 para US$ 20,33. Nos leilões de energia
nova realizados em 2019, a fonte apresentou os pre-
ços médios de venda mais competitivos dos certames:
US$ 17,62 MWh (leilão A-4) e US$ 20,33 MWh (A-6).
Já foram contratados 4,4 GW nos leilões federais, para
entrega de energia até 2025, dos quais 2,67 GW já estão
em operação. No total, esses projetos atraíram R$ 25,4
bilhões em investimentos.

Ribeiro Neto,
do BB:
economia de
R$ 257 milhões
em 15 anos

BRITO JUNIOR / DIVULGAÇÃO

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